O nível de atividade e o número de empregados da indústria da construção começaram o ano em queda, segundo pesquisa Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta sexta-feira, 23, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice de evolução do nível de atividade do setor ficou em 45,4 pontos em janeiro, queda de 2,3 pontos em relação a dezembro de 2023, afastando ainda mais o indicador da linha divisória dos 50 pontos, que separa o aumento da queda da atividade.

A CNI destaca, no entanto, que, embora o nível de atividade seja tipicamente mais fraco nesse período do ano, o indicador de janeiro de 2024 foi 0,9 ponto superior ao registrado em janeiro de 2023 e um ponto maior que a média para meses de janeiro de anos anteriores.

“A queda da atividade na passagem de dezembro de 2023 para janeiro de 2024 foi mais branda que a de anos anteriores”, diz a entidade.

O índice de evolução do número de empregados da construção caiu pelo terceiro mês consecutivo, ficando em 44,9 pontos em janeiro.

Apesar do recuo, o indicador está acima do comportamento médio esperado para os meses de janeiro de 44,1 pontos.

UCO

A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) avançou 2,0 pontos porcentuais em janeiro de 2024, na comparação com dezembro, passando para 68%.

Esse avanço, no entanto, foi puxado, principalmente, pelas grandes empresas do setor, que atingiram 73% de UCO no mês.

As pequenas e médias indústrias da construção registraram UCO de 60% e 65%, respectivamente.

Confiança

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) da indústria da construção recuou 2,1 pontos em fevereiro de 2024 em relação a janeiro, chegando a 53,4 pontos.

Apesar da queda, o indicador está acima dos 50 pontos, mostrando que os empresários estão confiantes.

A confiança, no entanto, segundo a CNI, está menos intensa e disseminada.

De acordo com a pesquisa, todos os componentes do índice contribuíram para o recuo no mês.

O índice de condições atuais, que avalia as condições correntes da empresa e da economia brasileira, ficou em 48,7 pontos, uma queda de 1,3 ponto na passagem de janeiro para fevereiro, levando o índice do patamar de neutralidade para um de falta de confiança. “Isso significa que os empresários passaram a identificar uma piora das condições correntes”, destaca a pesquisa.

Já o Índice de Expectativas, que traz as perspectivas dos empresários da construção com relação à empresa e à economia brasileira, recuou para 55,8 pontos.

De acordo com a Sondagem, essa queda de 2,5 pontos no indicador é consequência da piora tanto das expectativas com relação à empresa quanto em relação à economia brasileira. “O resultado de fevereiro mostra que os empresários estão confiantes, mas a confiança para os próximos meses está menos intensa e disseminada.”

Expectativas

A Sondagem Indústria da Construção mostra que todos os índices de expectativas caíram de janeiro para fevereiro. Apesar do recuo, os indicadores ainda estão acima dos 50 pontos, indicando expectativas otimistas para os próximos meses.

O índice de expectativa do empresário da construção em relação ao nível de atividade caiu 1,8 ponto em fevereiro, chegando a 54,1 pontos. O indicador que mede expectativa de novos empreendimentos e serviços recuou 2,0 pontos, para 52,6 pontos em fevereiro.

O índice de expectativa de compra de insumos e matérias primas teve queda de 2,1 pontos de janeiro para fevereiro, chegando a 53,1 pontos. Já o indicador de expectativa do número de empregados caiu 1,1 ponto, para 53,9 pontos.

A Sondagem revelou ainda que a intenção de investir da indústria da construção teve queda em fevereiro. O indicador caiu 3,2 pontos na comparação com janeiro, passando para 44,5 pontos.

A pesquisa foi feita entre os dias 1º e 16 de fevereiro, com 333 empresas, sendo 127 pequenas, 132 médias e 74 grandes.