No dia 31 de julho de 2021, a família do médico infectologista Rodolfo Henrique Postigo Castro, 60, tinha ido até o Guarujá, no litoral de São Paulo, para comemorar a formatura da filha dele, Paloma Postigo, 24, no curso de direito.

Naquele dia, a filha recém formada iria presenciar a morte do pai, vítima de latrocínio. Em entrevista ao site de notícias UOL, ela explicou sobre a cena e sobre uma certeza que tem sobre tudo: “[ele] atirou para matar”.

No dia da morte do pai, a família decidiu entrar em um restaurante na hora do almoço e, por volta das 14h30, eles saíram e caminharam a pé na direção da praia. Naquele momento eles foram abordados por dois assaltantes em uma moto.

Então, o homem que estava na garupa desceu e, armado, começou a ameaçar o médico, gritando para que ele “passasse tudo”. De acordo com a filha da vítima, havia um interesse especial do suspeito em uma corrente de ouro que o pai dela trazia no pescoço e que estava escondida sob um moletom.

“Eu estava com o celular na mão, mas a primeira coisa que ele exigiu foi a corrente. Meu pai estava em choque, então eu mesma tive que arrancar do pescoço dele e entregar. Depois ficamos pensando como ele sabia dessa correntinha, que meu pai usa desde jovem. Será que estávamos sendo observados no restaurante?”, disse.

Depois disso, a advogada entregou o celular e o relógio que usava. “Meu pai não se movia. Ninguém reagiu ao assalto, fizemos o que ele pedia. Porém, ele mirou bem no peito do meu pai e atirou. Atirou para matar. Eu vi quando meu pai perdeu a consciência e caiu ao chão. Minha mãe, que é enfermeira, e o meu irmão mais novo, que está no primeiro ano de medicina, começaram a se revezar na massagem cardíaca, mas não adiantou. Ele já tinha nos deixado”, afirmou.

De acordo com a jovem, o infectologista trabalhava na linha de frente no combate à covid-19 em hospitais do interior de São Paulo. “Meu pai sempre nos dizia que a maior herança que ele poderia nos deixar era uma boa educação. Ele e minha mãe trabalhavam noite e dia para garantir que a gente pudesse cursar boas escolas e obter uma boa formação”, disse.