Atirador de Sydney é acusado de terrorismo e 15 homicídios

SYDNEY, 17 DEZ (ANSA) – A polícia acusou Naveed Akram, um dos dois autores do atentado a tiros na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália, de terrorismo, 15 homicídios e outros 40 crimes. A cidade deu início nesta quarta-feira (17) aos primeiros funerais das vítimas.   

“Iremos argumentar no tribunal que o suspeito se envolveu em condutas que causaram mortes, feridos graves e colocaram vidas em risco para promover uma causa religiosa e incitar o medo na comunidade”, afirmou a Polícia Estadual de Nova Gales do Sul em comunicado.   

“Os primeiros indícios apontam para um ataque terrorista inspirado pelo Isis [Estado Islâmico do Iraque e da Síria], uma organização terrorista elencada como tal na Austrália”, acrescentou a nota.   

Além dos 15 mortos em Bondi, entre os outros 40 crimes da acusação estão “lesão corporal grave com intenção de matar” e “a exibição pública do símbolo de uma organização terrorista proibida”, o Isis. Segundo a polícia, duas bandeiras caseiras do Estado Islâmico foram encontradas em um carro registrado em nome de Naveed e estacionado perto da praia.   

O acusado é o único atirador sobrevivente do atentado, já que o outro suspeito, Sajid Akram, seu pai, de 50 anos, morreu durante um confronto com a polícia.   

Já Naveed, 24, ficou gravemente ferido e segue internado. A mídia australiana informou que ele voltou do estado de coma na última noite e, de acordo com a polícia, deverá comparecer perante um juiz por videoconferência.   

Pai e filho têm origem paquistanesa e teriam jurado lealdade ao Estado Islâmico em 2019.   

Entre as 15 vítimas do tiroteio no último domingo (14) estão uma menina de 10 anos, dois sobreviventes do Holocausto e um casal, que morreu enquanto tentavam impedir o ataque.   

Uma multidão compareceu ao funeral do rabino Eli Schlanger, de 41 anos e pai de cinco filhos.   

“Nossa comunidade está sofrendo, é o nosso 7 de outubro [de 2023, data do início da guerra na Faixa de Gaza]”, comentou o também rabino e sogro da vítima, Yehoram Ulman. (ANSA).