Ao menos 32 pessoas morreram na sexta-feira (2) em um atentado do grupo islamista Al Shabab em uma praia de Mogadíscio, capital da Somália, anunciou a polícia neste sábado (3).

“Trinta e dois civis morreram no ataque e 63 ficaram feridos, alguns em estado grave”, afirmou o porta-voz da polícia, Abdifatah Adan Hasan.

Segundo a polícia, um homem-bomba detonou a carga explosiva que transportava e, em seguida, vários criminosos abriram fogo contra as pessoas que estavam na praia do Lido, muito popular entre empresários e funcionários do governo.

O bairro exclusivo, com muitos hotéis e restaurantes, já foi alvo de outros atentados.

“Atacar e lançar bombas para matar 32 civis demonstra que estes kharijitas não atacam apenas centros governamentais, soldados e funcionários públicos”, disse o porta-voz da polícia, utilizando o termo que o governo somali emprega para designar o Al Shabab.

“Os terroristas impiedosos mataram civis de maneira aleatória”, afirmou à AFP o policial Mohamed Omar. As forças de segurança mataram cinco membros do grupo islamista, segundo a mesma fonte.

– “Pânico” –

Ahmed Yare, que testemunhou o ataque, disse que tudo começou em um hotel.

“Vi pessoas feridas perto da praia, as pessoas gritavam de pânico e era difícil saber quem estava morto ou não”, declarou à AFP.

Outras testemunhas confirmaram que várias pessoas estavam na praia no momento do ataque.

“Todo mundo entrou em pânico e era difícil entender o que estava acontecendo porque o tiroteio começou pouco depois da explosão”, disse Abdilatif Ali.

Ele contou que algumas pessoas se jogaram no chão em busca de proteção, enquanto outras tentavam correr. “Vi muitas pessoas no chão, antes de conseguir fugir”, disse.

Em meados de julho, nove pessoas morreram e 20 ficaram feridas em Mogadíscio quando um carro-bomba explodiu diante de um café lotado durante a exibição da final da Eurocopa.

O grupo islamista radical Al Shabab, vinculado ao grupo Al Qaeda, executa atentados há mais de 17 anos contra o governo federal de Somália.

Os insurgentes foram expulsos da capital pelas forças da União Africana (UA) em 2011, mas continuam muito ativos nas zonas rurais.

O presidente somali, Hasan Sheikh Mohamud, prometeu uma guerra “total” contra os jihadistas.

O Exército uniu suas forças com as milícias dos clãs locais como parte de uma campanha militar apoiada pela UA e por ataques aéreos dos Estados Unidos.

Mas a ofensiva sofreu vários reveses e o Al Shabab anunciou no início do ano que tomou o controle de várias localidades no centro do país.