Atentado contra sinagoga em Manchester deixa mortos e feridos

LONDRES, 2 OUT (ANSA) – Um atropelamento seguido de um ataque a faca contra uma sinagoga no distrito eleitoral de Crumpsall, em Manchester, deixou ao menos três mortos, incluindo o suposto agressor, nesta quinta-feira (2), informaram as autoridades locais.   

A ofensiva foi registrada em meio às celebrações do Yom Kippur, a data mais sagrada do calendário judaico. O suspeito foi baleado pela polícia, que disse ter controlado o incidente.   

Segundo as autoridades de Manchester, o homem, cuja identidade não foi revelada, avançou com o carro sobre pedestres em frente à Sinagoga Heaton Park Hebrew Congregation, no bairro de Crumpsall, e, logo depois de atingi-las, ele desceu do carro e esfaqueou algumas delas.   

De acordo com o jornal inglês Daily Mail, a polícia investiga o caso como um possível ataque terrorista. Relatos apontam que, além dos óbitos, três pessoas ficaram gravemente feridas, sendo que uma delas era um segurança do templo.   

Até o momento, os agentes não confirmaram a morte do suposto agressor porque o homem carregava um cinturão que parece ter bombas. Por isso, o esquadrão antibombas foi acionado para o local.   

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento final do ataque, com dois policiais armados chegando ao local e alertando os pedestres para que se mantivessem afastados da cena do crime.   

No chão, uma vítima ? aparentemente um segurança da sinagoga ? é vista ferida, sangrando e imóvel; a outra é o suposto agressor, suspeito de atropelar quatro pessoas com um veículo e esfaqueá-las.   

Em determinado momento, o homem tenta se levantar, apesar das ordens dos policiais para parar. É quando tiros são ouvidos e o suspeito cai na calçada. As primeiras testemunhas, citadas pela mídia, descreveram momentos de “terror absoluto” após o “choque” inicial.   

A cena de violência foi seguida pela chegada de vários helicópteros de resgate, bem como patrulhas da Polícia da Grande Manchester e um grande número de ambulâncias.   

Após o ataque, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou que ordenou o aumento da presença policial para proteger todas as sinagogas do Reino Unido.   

“Faremos o que for preciso para manter nossa comunidade judaica segura”, declarou ele, cuja esposa Victoria tem raízes judaicas, a repórteres em sua casa, logo após deixar o aeroporto de Copenhague, de onde voou de volta para Londres.   

Já o rei Charles III disse estar “profundamente chocado e triste” com a ofensiva. Em uma mensagem em conjunto com a rainha Camilla, o monarca enfatizou a gravidade do impacto na comunidade “em um dia tão significativo” como o Yom Kippur.   

“Nossos pensamentos e orações estão com os afetados por este terrível incidente”, concluiu o casal na nota divulgada pelo Palácio de Buckingham, expressando também “grande apreço pela pronta resposta dos serviços de emergência”.   

Por sua vez, o prefeito de Manchester, Andy Burnham, classificou o episódio como um “incidente sério, mas afirmou que não há mais perigo imediato. Além disso, pediu à população que não “especulasse nas redes sociais”, observando que a comunidade judaica “ficará muito preocupada com as notícias”. (ANSA).