Quem leu minha coluna nesta manhã de terça-feira (21/9), ficou sabendo, de antemão, o que acabou de dizer o presidente Jair Bolsonaro – cada vez mais, o maníaco do tratamento precoce – no discurso de abertura da assembleia anual geral da ONU (Organização das Nações Unidas), tradicionalmente realizado pelo Brasil.

O amigão do Queiroz, para não variar nem um pouco, desfilou uma série de mentiras, mistificações e meias verdades. Começou dizendo que o Brasil, antes dele, estava à beira do socialismo. Bem, se Temer é socialista, Bolsonaro é o próprio Marx, já que subscritor do ex-presidente na carta de arrego ao STF.

Em seguida, passou a descrever um país que só existe naquela cabeça deturpada, onde não há violência e preconceito; onde reina a tolerância e a aceitação de todos; onde há segurança jurídica e respeito, por parte dele, o golpista aloprado, pela democracia, e onde a economia vai de vento em popa, crescendo 5% ao ano.

Daí, continuou com o lero-lero, mas mudou o tema para vacinação – segundo o devoto da cloroquina, o Brasil vai muito bem, obrigado, e ele sempre a apoiou – e Covid-19, repetindo o eterno mantra, culpando governadores e prefeitos pela inflação, e dizendo que ‘sente muito’ por todas as mortes. Então, tá, né?

Mas o ponto alto – ou seria o ponto baixo? – foi a defesa do tratamento precoce, a que chamou de tratamento inicial. Na boa, eu até entendo o discurso para o gado, a história de Deus, família, valores cristãos etc. Entendo também o blá blá blá sobre comunismo e imprensa. Mas, pô!, não dava para evitar curandeirismo na ONU?

O cara não usa máscara, não toma vacina (ao menos diz que não), condena o distanciamento social, ou seja, vai de encontro a absolutamente tudo o que ensinam a ciência e a medicina mundiais, e pretende convencer o mundo de que foi a garrafada milagrosa (cloroquina de Jesus + ivermectina santa) que o curou.

Eu duvido que algum chefe de Estado que se preze tenha prestado a mínima atenção no discurso do psicopata. Ainda assim, não será fácil assistir ao noticiário local e não morrer de vergonha do que irão comentar a respeito, nos principais canais de TV americanos. E dessa vez não terá o Trump para distrair a galera.

Mas se querem saber, até poderia ter sido pior. Confesso, inclusive, que esperava mais – neste caso, mais seria menos, hehe. O golpista homicida e chefe do Queiroga, aquele que mostra o dedo, está relativamente de parabéns! Não se comportou como um Presidente com P maiúsculo, mas não foi o que costuma ser.

Exigir de um ignorante semi-letrado algo mais, seria como pedir ao Lula, o meliante de São Bernardo, que parasse de mentir a respeito de sua honestidade e inocência. São paus que nasceram tortos. Mas uma coisa precisa ser melhorada e melhor trabalhada: alguém tem de ensinar o maridão da ‘Micheque’ a ler! Crianças alfabetizando são mais fluentes que esse ‘mito’ aí, talquei? Aff.