TEL AVIV, 11 MAI (ANSA) – A escalada de violência entre palestinos e israelenses deixou pelo menos 20 mortos, incluindo nove crianças, nesta segunda-feira (10), informaram as autoridades de Saúde na Faixa de Gaza.   

O número de vítimas representa um dos dias mais sangrentos em vários anos de confrontos. Nesta noite, novos ataques foram registrados e, segundo um porta-voz militar, o Exército de Israel iniciou uma ofensiva contra alvos terroristas em Gaza.   

Ao mesmo tempo, as sirenes de alarme antimísseis foram ouvidas em Ashkelon e nas áreas israelenses ao redor da Faixa de Gaza.   

Confrontos também estão ocorrendo na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém.   

Segundo as autoridades de Israel, pelo menos 150 foguetes foram lançados pelo grupo palestino Hamas, sendo que dezenas destes foram interceptados pelo sistema de defesa Iron Dome sem deixar vítimas.   

Já o Hamas disse ter lançado mais de 100 foguetes contra Israel “em resposta a seus crimes e à sua agressão contra a Cidade Sagrada”. A confusão provocou o fechamento da passagem de fronteira de Erez, principalmente porque tem sido palco de ataques de foguetes de militantes disparados contra Israel.   

“O Hamas cruzou a linha vermelha”, afirmou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em discurso, acrescentando que “Israel atacará com muita força”. “Não toleramos ataques em nosso território, nossa capital, nossos cidadãos e nossos soldados.   

Aqueles que nos atacarem pagarão um preço alto”.   

Nesta tarde, palestinos dispararam foguetes contra Jerusalém e o sul de Israel, ameaçando punir o território pelos violentos confrontos na Cidade Sagrada, o que elevou a tensão na região.   

Os Estados Unidos chegaram a expressar preocupação com a escalada de violência entre israelenses e palestinos e exigiram que o Hamas pare de lançar foguetes contra Israel.   

“As duas partes devem desescalar, reduzir as tensões, dar passos práticos para acalmar as coisas”, alertou o secretário de Estado americano, Antony Blinken.   

Antes disso, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaky, já havia informado que o governo de Joe Biden condena o lançamento de foguetes na região. A União Europeia, por sua vez, afirmou que “o aumento significativo da violência na Cisjordânia ocupada, Jerusalém Oriental, na Faixa de Gaza e nos arredores, deve parar imediatamente”.   

Segundo o porta-voz do serviço de ação externa da UE, “o lançamento de foguetes de Gaza contra populações civis em Israel é completamente inaceitável”. “Todos os líderes têm a responsabilidade de agir contra os extremistas. O status quo dos lugares sagrados deve ser totalmente respeitado”, finalizou.   

O clima tenso entre palestinos e a polícia israelense se intensificou desde a última sexta-feira (7), quando um grupo de muçulmanos fez um protesto na Esplanada das Mesquitas (conhecida como Monte do Templo pelos judeus) contra a remoção de famílias do bairro de Jerusalém Oriental – que é considerada a futura capital de um Estado palestino. Na ocasião, os palestinos jogaram pedras contra os agentes, que revidaram com bombas de gás e balas de borracha.   

Desde o ocorrido, as manifestações se acentuaram, e foram registrados centenas de feridos -mais de 300 hoje. Já nas cidades israelenses de Tel Aviv e outros municípios vizinhos, incluindo Rishon Lezion e Ramat Gan, foram abertos abrigos públicos antimísseis devido ao confronto com Gaza e à possibilidade da chegada de foguetes. (ANSA)