ROMA, 29 JUL (ANSA) – Novos ataques da Rússia nas regiões de Zaporizhzhia e Dnipropetrovsk, na noite passada, deixaram mais de 20 mortos e dezenas de feridos no sudeste da Ucrânia, informaram as autoridades locais nesta terça-feira (29).
Em comunicado no Telegram, o governador da região, Ivan Fedorov, informou que uma ofensiva foi lançada contra uma instalação penitenciária em Zaporizhzhia e provocou ao menos 18 vítimas e 80 feridos.
O conselheiro presidencial ucraniano, Andriy Yermak, denunciou o bombardeio como “mais um crime de guerra cometido pelos russos”.
As tropas de Moscou usaram dois mísseis balísticos Iskander-M e 37 drones de vários tipos, incluindo kamikazes Shahed, anunciou a Força Aérea de Kiev, cujas defesas abateram ou neutralizaram com sistemas de guerra 32 veículos aéreos não tripulados inimigos no norte e no leste do país.
Ao todo, cinco drones e dois mísseis atingiram três locais na região de Dnipropetrovsk, deixando pelo menos outros quatro mortos e oito feridos, enquanto destroços de uma aeronave abatida caíram em duas áreas.
Nesta manhã, o presidente da Urânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que, “nas últimas 24 horas, quando todos começavam a esperar o fim dos assassinatos, os militares russos mataram 22 pessoas em seu país e outras 85 ficaram feridas”.
Segundo ele, “73 cidades e vilas ucranianas foram bombardeadas pela Rússia”, logo “depois que os Estados Unidos expressaram uma posição muito clara, apoiada por todo o mundo, de que a Rússia deve encerrar esta guerra e recorrer à diplomacia”.
“Ontem, o presidente Trump proferiu palavras muito importantes sobre o fato de a liderança russa estar desperdiçando o tempo do mundo falando sobre paz e, ao mesmo tempo, matando pessoas”, enfatizou.
Zelensky destacou ainda que “todos nós queremos uma paz verdadeira, digna e duradoura: a Ucrânia e toda a Europa, os Estados Unidos, muitos líderes e países respeitáveis ao redor do mundo que nos apoiam”, principalmente porque “todos precisam de calma nas relações internacionais e previsibilidade na vida. Todos, exceto a Rússia”.
De acordo com o presidente da Ucrânia, mísseis também foram lançados contra a cidade de Kamensk, em Donetsk, e atingiram o hospital local. No total, três pessoas morreram neste ataque, incluindo uma mulher grávida de apenas 23 anos cujo nome era Diana.
Para Zelensky, “um cessar-fogo poderia ter sido estabelecido há muito tempo se a Rússia não tivesse se oposto”, o que “mostra que Moscou merece sanções muito duras, verdadeiramente dolorosas, mas justas e eficazes”.
“Devemos forçá-los a parar com as matanças e fazer a paz”, concluiu o líder ucraniano, enfatizando que “a Ucrânia aprecia os esforços de Trump e sua determinação em alcançar a paz” e agradecendo “a todos os líderes que ajudam a defender” seu país e a pressionar a Rússia.
A troca de ataques entre a Rússia e a Ucrânia segue sem previsão de trégua. Ontem (28), inclusive, o Ministério da Defesa russo disse que suas tropas tomaram o controle dos assentamentos de Boikivka e Belhiika, no leste do país invadido.
“A paz é possível. Mas somente quando a Rússia encerrar a guerra que começou e parar de maltratar as pessoas”, concluiu Zelensky.