O Corinthians terá de resolver uma grave deficiência para ser campeão da Copa do Brasil: a falta de poder ofensivo. Na próxima quarta-feira, em casa, o time precisará vencer o Cruzeiro pelo menos por 1 a 0 (perdeu por 1 a 0 em Minas Gerais) para decidir depois nos pênaltis. O problema é que a equipe tem ido na contramão de qualquer elenco vitorioso. Faz poucos gols e, para piorar, seu ataque tem se mostrado inoperante.

Jair Ventura completou oito jogos à frente do time e tem insistido com um quarteto (in)ofensivo que não tem conseguido mandar a bola para a rede. Clayson não marca desde abril. Mateus Vital balançou as redes pela última vez em maio. Romero, o vice-artilheiro do grupo na temporada, com 12 gols, está sem comemorar há 18 partidas. Seu último gol foi contra a Chapecoense, em 1º de agosto, no jogo de ida das quartas de final da mesma Copa do Brasil.

O meia Jadson, que deveria ter como principal função a assistência, é quem está a menos tempo de jejum. O jogador de 35 anos é o único dessa linha de frente que fez gol sob o comando do novo técnico. No entanto, na derrota para o Cruzeiro por 1 a 0 no Mineirão, ele passou em branco pelo quinto jogo seguido – ainda assim, é o artilheiro do time, com 13 gols.

Jair Ventura tem opções para tentar mudar esse péssimo retrospecto. Os dois centroavantes do Corinthians, porém, também vão mal das pernas. Roger não convenceu quando ganhou oportunidade e tem somente quatro gols na temporada – além disso, não pode atuar na Copa do Brasil porque jogou a competição pelo Internacional.

Jonathas tem sofrido com problemas musculares e também técnicos. Recentemente, ele se recuperou de uma fibrose na coxa direita e ficou no banco de reservas no Mineirão. Mas até agora tem somente um gol pelo Corinthians. A torcida, que costuma pedir pela entrada de jogadores quando a situação não está boa, nunca gritou o nome de nenhum desses dois.

Jair reconhece que seu time precisa evoluir ofensivamente, mas não há segredo para solucionar esse problema. “A gente trabalha bastante”, diz. “Sabemos que no Brasileiro somos uma das equipes que menos finalizam, isso não é de agora, e estamos buscando melhorar. Assumi essa responsabilidade, estou trabalhando para melhorar e mesmo com essas dificuldades estamos numa final.”

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Sob o comando do treinador, o Corinthians fez oito jogos e marcou apenas cinco vezes. Para se ter uma ideia da dificuldade em colocar a bola dentro da meta adversária, o artilheiro da “era Jair” é o lateral-esquerdo Danilo Avelar, com dois gols. Além de Jadson, também marcaram Pedrinho e Douglas.

A próxima oportunidade de começar a mudar esse retrospecto será no clássico com o Santos, no sábado, no Pacaembu, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mas Jair já avisou que colocará em campo uma formação alternativa. Talvez a preocupação em poupar os principais atletas ajude o treinador a encontrar um time mais eficaz para o setor ofensivo.

No Campeonato Brasileiro, o Corinthians tem apenas o 14º melhor ataque, com 28 gols. A curiosidade é que o Cruzeiro está ainda pior, com 22 apenas.

Para o clássico de sábado, dois atacantes serão desfalques certos. Os paraguaios Romero e Sergio Diaz saíram de Belo Horizonte e se apresentaram à seleção nacional, que realiza período de treinos em Assunção até a próxima semana. Eles se reapresentam no dia 15, a dois dias da final da Copa do Brasil.


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