Por Maya Gebeily e Tom Perry e James Mackenzie

BEIRUTE/JERUSALÉM (Reuters) – Um ataque aéreo israelense nos subúrbios no sul de Beirute nesta terça-feira matou um comandante do Hezbollah que era uma figura importante na divisão de foguetes do grupo militante, disseram duas fontes de segurança no Líbano, no momento em que crescem os temores de que pode haver uma guerra completa no Oriente Médio.

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As fontes identificaram o comandante morto como Ibrahim Qubaisi. O ataque, no qual seis pessoas foram mortas, foi mais um golpe para o grupo apoiado pelo Irã, que enfrentou uma série de reveses nas mãos de Israel na última semana.

A pressão implacável sobre o Hezbollah aumentou os temores de que quase um ano de conflito possa explodir em outra guerra total e desestabilizar o Oriente Médio, onde um conflito entre Israel e o Hamas, aliado do Hezbollah, já está ocorrendo em Gaza.

Israel atacou a área controlada pelo Hezbollah na capital libanesa pelo segundo dia consecutivo, após realizar uma nova onda de ataques aéreos contra alvos no Líbano.

Depois de quase 12 meses de guerra contra o grupo militante palestino Hamas em Gaza, na fronteira sul, Israel está mudando seu foco para a fronteira norte, onde o Hezbollah tem disparado foguetes contra Israel em solidariedade ao Hamas, que também é apoiado pelo Irã.

O Ministério da Saúde divulgou um número inicial de seis mortos e 15 feridos no ataque em Beirute.

O Exército israelense realizou ataques aéreos contra o Hezbollah na segunda-feira, que, segundo autoridades libanesas, mataram mais de 500 pessoas.

O ataque aéreo atingiu um prédio no habitualmente movimentado bairro de Ghobeiry, em Beirute. Uma das fontes de segurança compartilhou uma foto mostrando os danos no último andar de um prédio de cinco andares.

O chefe militar de Israel havia dito anteriormente que os ataques contra o Hezbollah seriam intensificados.

“A situação exige uma ação contínua e intensa em todas as áreas”, disse o Chefe do Estado-Maior Militar israelense, Herzi Halevi, após realizar uma avaliação de segurança.

As autoridades libanesas disseram que 558 pessoas foram mortas, incluindo 50 crianças e 94 mulheres, nos ataques aéreos de Israel na segunda-feira. Outras 1.835 ficaram feridas, segundo eles, e dezenas de milhares de pessoas fugiram em busca de segurança.

O número de vítimas e o ataque do exército mais poderoso e avançado do Oriente Médio espalharam o pânico no Líbano, que sofreu uma destruição devastadora quando Israel e o Hezbollah lutaram em 2006.

“Estamos esperando pela vitória, se Deus quiser, porque enquanto tivermos um vizinho como Israel, não poderemos dormir em segurança”, disse Hassan Omar, morador de Beirute.

Afif Ibrahim, motorista de táxi do sul do Líbano, foi desafiador.

“Eles (Israel) querem que nós (libaneses) nos ajoelhemos, mas nós nos ajoelhamos apenas para Deus em nossas orações; não inclinamos nossas cabeças para ninguém além de Deus”, disse.

(Reportagem de Maya Gebeily e Tom Perry, em Beirute; Clauda Tanios e Nadine Awadallah, em Dubai; Miro Maman e Ronen Zvulun, em Haifa; Dmitry Antonov, em Moscou, e Sachin Ravikumar, em Londres)