A gigante do petróleo Aramco anunciou nesta terça-feira que um ataque dos rebeldes huthis do Iêmen em sua instalação de Jidá provocou um “grande buraco” no telhado de um depósito de petróleo, causando uma explosão e um incêndio que foi rapidamente controlado.

Os rebeldes iemenitas, que têm o apoio do Irã, dispararam um míssil contra uma instalação da Aramco em Jidá na segunda-feira, provocando uma explosão e um incêndio em um tanque.

“Há danos extensos no telhado, um grande buraco medindo quase dois metros por dois metros”, disse o gerente do local, Abdullah al-Ghamdi, durante uma visita de imprensa organizada pela petrolífera, o que é raro para esta empresa.

Um jornalista da AFP no local viu a borda superior do tanque enegrecida pelo fogo e as rampas deformadas pelo calor.

“O incêndio foi extinto em muito pouco tempo”, explicou o gerente e confirmou que não houve vítimas.

A instalação, que conta com 13 armazéns, abastece o oeste do país com produtos refinados, incluindo querosene.

A Aramco é a principal fonte de receita da Arábia Saudita e é fundamental para o país, o maior exportador mundial de petróleo bruto.

A empresa abriu capital em Riad em dezembro e sua capitalização de mercado ultrapassou US$ 1,5 trilhão.

O ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, condenou o ataque que “contradiz as afirmações dos huthis de encerrar o conflito” no Iêmen. “Os huthis devem parar com sua agressão e trabalhar com as Nações Unidas para alcançar a paz”, disse ele no Twitter.

Os huthis intensificaram os ataques à Arábia Saudita, que lidera uma coalizão militar no Iêmen desde 2015 para apoiar as forças do governo contra os rebeldes.

Em setembro de 2019, os ataques às instalações da Aramco no leste da Arábia Saudita causaram grandes danos e reduziram temporariamente a produção de petróleo do país pela metade.

Os huthis também assumiram a responsabilidade pelos ataques, mas Riad e Washington acusaram Teerã de “patrocinar” as ações.

O Irã nega fornecer armas aos huthis, mas não esconde seu apoio político aos rebeldes.

“O que aconteceu ontem é outro ataque semelhante” ao de setembro de 2019, disse Abdullah al-Ghamdi. “No entanto, isso só vai demonstrar a resiliência da Aramco e provar a confiabilidade do nosso fornecimento de energia no reino e além”, acrescentou.

Depois de mais de cinco anos de guerra, o Iêmen, o país mais pobre da península arábica, vive a pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.