Ao menos cinco soldados morreram e três ficaram gravemente feridos na terça-feira (11) em um ataque com explosivos executado por guerrilheiros dissidentes das Farc em uma região do sudoeste da Colômbia crucial para a produção de cocaína, informou o exército.
“Lamento, condeno e rejeito o vil ataque terrorista da ‘Estrutura Carlos Patiño’ na Vereda La Esperanza, Balboa, (departamento de) Cauca contra uma caravana do exército”, escreveu na rede social X o ministro da Defesa, Pedro Sánchez.
O ataque “deixou dois suboficiais e três soldados profissionais assassinados, três soldados profissionais gravemente feridos e 13 que não apresentam ferimentos graves”, afirmou o exército.
O comboio seguia do município de Balboa para o setor de La Hacienda, uma localidade rural do mesmo departamento que fica em uma região de conflitos conhecida como ‘Cañón del Micay’.
Os soldados deveriam reconstruir em La Hacienda uma ponte destruída no início do mês por rebeldes da Frente Carlos Patiño, vinculados ao Estado Maior Central (EMC), um grupo de dissidentes da extinta guerrilha das Farc que não aderiu ao histórico acordo de paz com o governo em 2016.
Na região, que abriga uma das maiores concentrações de cultivos de coca no país, 28 policiais e um militar foram sequestrados por três dias na semana passada. A libertação do grupo aconteceu no sábado, após negociações intensas e depois de um dia violento de confrontos entre moradores e as forças de segurança.
O presidente esquerdista Gustavo Petro expressou na segunda-feira a intenção de recuperar “a totalidade de Micay”, um dos principais redutos dos rebeldes sob o comando de Iván Mordisco, ex-comandante das Farc que se afastou em 2024 das negociações de paz que o EMC havia iniciado com o governo um ano antes.
A Colômbia enfrenta a onda mais grave de violência na última década, com diferentes focos no nordeste e sudoeste do país.
O agravamento do cenário dificulta a aposta do primeiro governo de esquerda da história do país, que deseja obter o desarmamento de todos os grupos armados para desativar, por meio do diálogo, um conflito interno de seis décadas.
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