Um míssil disparado pelos rebeldes huthis do Iêmen atingiu, na quarta-feira (6), um navio-graneleiro no Golfo de Áden e, segundo a tripulação, deixou três mortos e pelo menos quatro feridos, informou o Exército dos Estados Unidos.

Os rebeldes huthis, que contam com o apoio do Irã, atacam desde novembro barcos comerciais que navegam pelo Mar Vermelho e pelo Golfo de Áden, e que consideram estar vinculados a Israel.

De acordo com os insurgentes, eles agem em solidariedade aos palestinos da Faixa de Gaza, palco de um conflito entre o Exército israelense e o movimento islamista Hamas.

Os tripulantes mortos na quarta-feira seriam as primeiras vítimas fatais dessas ações. Dois deles eram marinheiros filipinos, anunciou o governo do país do sudeste asiático.

Outros dois tripulantes filipinos ficaram “gravemente feridos” no ataque, segundo o governo.

Um míssil balístico antinavio atingiu o “M/V True Confidence”, de bandeira de Barbados e propriedade liberiana. Sua tripulação informou que são “três vítimas mortais, pelo menos quatro feridos, entre os quais três estão em estado crítico, e danos significativos na embarcação”, declarou o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) em comunicado.

“A tripulação abandonou o barco e os navios de guerra da coalizão responderam e estão avaliando a situação”, disse o Centcom, ao destacar que se tratava da quinta vez que os huthis lançavam um míssil balístico antinavio em dois dias.

“Estes ataques temerários dos huthis perturbaram o comércio mundial e custaram as vidas de navegantes internacionais”, acrescentou o Centcom.

Em um comunicado nas redes sociais, o porta-voz militar huthi Yahya Saree afirmou que o “True Confidence” foi alcançado por “mísseis” depois que “a tripulação rechaçou as mensagens de advertência”, provocando um “incêndio”.

A embaixada britânica em Sanaa havia anunciado anteriormente que o balanço era de ao menos dois mortos, e descreveu a perda de vidas como “a triste, mas inevitável consequência de os huthis dispararem temerariamente mísseis contra a navegação internacional”.

“Seguiremos defendendo a liberdade de navegação e apoiaremos nossas palavras com ações”, prometeu o ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron.

Devido aos ataques dos huthis, os Estados Unidos implementaram uma força multinacional de proteção marítima e realizaram, muitas vezes com a ajuda do Reino Unido, bombardeios contra posições dos rebeldes no Iêmen. Por isso, os insurgentes também atacam barcos americanos e britânicos.

“Seguiremos exigindo que prestem contas. Pedimos aos governos de todo o mundo que façam o mesmo”, disse mais cedo à imprensa o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller.

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