Um homem armado matou o chefe de segurança da embaixada do Azerbaijão em Teerã nesta sexta-feira (27), em um ataque que autoridades iranianas atribuíram a motivações pessoais, mas que o país da vítima considerou um ato terrorista orquestrado pela república islâmica.

Os funcionários da embaixada “estão sendo evacuados do Irã”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão, Ayxan Hacizada, à emissora turca TRT Haber. O ataque também feriu outros dois guardas da embaixada, mas eles não correm risco de vida, segundo a chancelaria.

O agressor, um iraniano casado com uma mulher azeri, foi preso, declarou o chefe da polícia de Teerã, general Hosein Rahimi, à agência de notícias Tasnim. “O agressor deu como motivo para o ataque problemas pessoais e familiares”, indicou. “Ele disse que sua mulher está presa na embaixada há nove meses”.

De acordo com a agência Tasnim, o agressor preencheu em abril um documento de busca de pessoa desparecida. Mas a mulher já havia voltado para o Azerbaijão, completou a agência, citando documentos legais do caso como fonte.

Residem no Irã milhões de azeris, etnia que também está presente principalmente no Azerbaijão e na Rússia.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, classificou o ataque como terrorista. “Exigimos que se realize rapidamente uma investigação e que os terroristas sejam punidos”, publicou no Twitter.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Amir Abdollahian, propôs por telefone a seu par do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, que os dois países “cooperassem para investigar” o ataque.

O Irã acusa há anos o Azerbaijão de fomentar sentimentos separatistas em seu território. O fato de o Azerbaijão ser um aliado próximo da Turquia, rival histórico do Irã, também complica as relações entre os dois países.

Teerã teme que o território azeri seja usado em uma eventual ofensiva contra o Irã por Israel, principal fornecedor de armas de Baku.