Depois de uma semana de combates entre grupos armados e ataques da organização extremista Estado Islâmico (EI), vários foguetes caíram na madrugada desta quarta-feira (12) no aeroporto de Trípoli, o único que ainda operava na capital líbia.

Após os confrontos que deixaram pelo menos 63 mortos entre o final de agosto e o início de setembro, a trégua entre grupos armados acertada em 4 de setembro e patrocinada pela missão da ONU na Líbia (Manul) continua frágil.

Na madrugada desta quarta, pelo menos três foguetes caíram no perímetro do aeroporto de Mitiga, em Trípoli, sem deixar vítimas. Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria dos disparos.

Mitiga, um antigo aeroporto militar, está localizado no leste da capital. Foi aberto ao tráfego civil após a destruição em 2014 do aeroporto internacional de Trípoli.

Os voos programados foram desviados para o aeroporto de Misrata, 200 quilômetros a leste da capital, de acordo com uma fonte do aeroporto.

O Governo de União Nacional (GNA) de Fayez Al Sarraj, reconhecido pela comunidade internacional, tem sua sede em Trípoli, mas não controla toda região de Trípoli e grande parte do país.

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Desde 27 de agosto, esta cidade de mais de um milhão de habitantes é palco de combates violentos entre grupos rivais que afetam os bairros do sul e deixaram pelo menos 63 mortos e 159 feridos, segundo fontes oficiais.

Além disso, o EI lançou um ataque surpresa na segunda-feira contra a sede da Companhia Nacional de Petróleo (NOC), no coração da cidade, matando duas pessoas e deixando vários feridos entre os funcionários.

Em nota, o EI afirmou que o ataque foi dirigido contra “os interesses dos tiranos na Líbia leais aos cruzados”.

O setor petroleiro é de vital importância para a Líbia, porque proporciona 95% de suas receitas.

Sete anos depois da queda de Muamar Khadafi, em 2011, a Líbia continua mergulhada na instabilidade.

Aproveitando-se do caos, o EI se implantou em 2015 em Sirte, no leste de Trípoli.

Em 2016, foi expulso da zona, mas o grupo continua ativo.

Vários grupos extremistas e milícias armadas, que mudam segundo seus interesses, mantêm um clima de insegurança total no país.


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