A utilização de um dispositivo de radiocirurgia desenvolvido pela Universidade de Stanford, nos EUA, e recentemente introduzido no Brasil, chamado Cyber Knife, que está em funcionamento no hospital Vila Nova, na capital paulistana, representa a maior evolução no combate ao câncer desde os anos 1960. O aparelho marca o progresso no tratamento dos chamados tumores em movimento, localizados em órgãos como pulmão, fígado, pâncreas e rim. São terapias delicadas porque esses órgãos têm movimentos involuntários, o que pode modificar a localização e a posição das células cancerígenas durante a exposição aos raios.

“O paciente não precisa se afastar das atividades cotidianas para se tratar” Karina Moutinho, radioterapeuta (Crédito:Divulgação)

O aparelho tem três diferenciais importantes em relação ao tratamento convencional: um braço robótico e articulado que se movimenta de acordo com a necessidade de “buscar” o tumor; o algoritmo que permite uma leitura, em tempo real da funcionalidade do corpo do paciente. O terceiro diferencial é que o Cyber Knife pode ajustar a liberação do feixe de radiação e atingir o local exato, independentemente da movimentação do órgão. “Esse equipamento representa uma nova situação no combate ao câncer”, diz Karina Moutinho, coordenadora de radioterapia da Rede D’Or São Luiz e do Instituto do Câncer de São Paulo. O aparelho ficou conhecido como “bisturi digital” devido a sua precisão. No hospital já foi usado no tratamento de 80 pessoas que apresentaram menos efeitos colaterais como perda de pelos na região exposta, pele pouco escurecida, perda de apetite e náuseas. “Na maioria das vezes, os pacientes não precisaram se afastar das atividades cotidianas para realizar o tratamento, algo comum anteriormente”, diz. O Cyber Knife é realmente uma esperança.