Ataque a tiros em festa judaica deixa mortos na Austrália

Ataque a tiros  em festa judaica deixa mortos na Austrália

"FeridosDois atiradores matam ao menos 11 em evento na praia de Bondi, em Sydney, a mais famosa do país. Suspeito foi morto pela polícia. O outro foi internado em estado crítico.Ao menos 12 pessoas morreram em um ataque a tiros neste domingo (14/12) na praia de Bondi, em Sydney, Austrália.

A polícia australiana informou que dois atiradores abriram fogo contra a multidão. Um deles foi morto pela polícia. O outro suspeito foi internado em estado crítico.

Pelo menos 29 pessoas ficaram feridas, disse Mal Lanyon, o
comissário de polícia do estado de Nova Gales do Sul, onde Sydney está localizada. Entre elas, estavam dois policiais.

"Este ataque foi planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney", disse o governador do estado, Chris Minns. O massacre foi declarado um ataque terrorista pelas autoridades devido ao evento visado e às armas utilizadas, disse Lanyon.

Centenas de pessoas estavam reunidas para um evento na praia de Bondi chamado Chanukah by the Sea, que celebrava o início do festival judaico de Hanukkah.

De acordo com o jornal Sydney Morning Herald, houve disparos múltiplos na famosa praia.

"A operação policial ainda continua e pedimos à população que evite a área", afirmaram as autoridades.

Testemunhas disseram que o tiroteio na famosa praia, em uma noite quente de verão, durou cerca de 10 minutos, fazendo com que os banhistas se dispersassem pela areia e pelas ruas e parques próximos.

Localizada a leste de Sydney, Bondi é a praia mais famosa da Austrália e atrai um grande número de turistas, surfistas e nadadores, especialmente durante os fins de semana.

A Austrália tem sofrido uma série de ataques antissemitas contra sinagogas, edifícios e carros desde o início da
guerra de Israel em Gaza, em outubro de 2023.

Entretanto, massacres a tiros são raros na Austrália, um dos países mais seguros do mundo.

O número de mortos no ataque de domingo o torna o pior
incidente desse tipo no país desde 1996, quando um atirador matou 35 pessoas em um ponto turístico no estado da Tasmânia, no sul do país.

O ataque ocorreu quase exatamente 11 anos depois de um atirador solitário ter feito 18 pessoas reféns no Lindt Cafe em Sydney. Dois reféns e o atirador foram mortos após um impasse de 16 horas.

"Deixamos tudo para trás"

"Eu estava me preparando para ir para casa, arrumando minha bolsa, pegando meus chinelos, pronto para pegar o ônibus,
quando comecei a ouvir os tiros", disse uma testemunha que se identificou apenas como Marcus.

"Entramos em pânico e começamos a correr também. Deixamos tudo para trás, chinelos, tudo", disse ele. "Devo ter ouvido, sei lá, talvez uns 40 ou 50 tiros."

Vídeos que circulam na internet parecem mostrar pessoas na praia e em um parque próximo se dispersando enquanto vários tiros e sirenes da polícia podem ser ouvidos.

Um vídeo mostra um homem vestido com uma camisa preta
disparando uma arma grande antes de ser imobilizado por um homem de camiseta branca que lhe tomou a arma. Outro homem foi visto disparando uma arma de uma passarela.

Outro vídeo mostra dois homens sendo pressionados ao chão por policiais uniformizados em uma pequena passarela. Os policiais podem ser vistos tentando reanimar um dos homens. A agência de notícias Reuters não conseguiu verificar as imagens imediatamente.

Crítica de Israel

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, classificou o incidente como "chocante e angustiante", acrescentando que "equipes de emergência estão no local trabalhando para salvar vidas".

O presidente israelense Isaac Herzog disse que judeus que haviam ido acender a primeira vela do Hanukkah na praia foram atacados por "terroristas desprezíveis". O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, disse estar consternado com o tiroteio e que o governo australiano precisa "cair na real" após inúmeros alertas.

"Estes são os resultados da onda antissemita nas ruas da Austrália nos últimos dois anos, com os apelos antissemitas e incitadores de 'Globalizar a Intifada' que se concretizaram hoje."

md (Lusa, AP, AFP)