Uma pessoa morreu e 21 ficaram feridas na quarta-feira (14) em Kansas City, entre elas várias crianças, em um ataque a tiros ocorrido durante o desfile pela vitória dos Chiefs no Super Bowl, uma tragédia que levou o presidente Joe Biden a defender a proibição dos fuzis.

“Os acontecimentos de hoje (quarta-feira) deveriam nos mobilizar, chocar, envergonhar e nos levar à ação”, afirmou Biden em um comunicado.

O presidente fez um apelo aos americanos para que “façam a sua voz ser ouvida no Congresso para que finalmente possamos agir para proibir as armas de ataque, para limitar os carregadores de alta capacidade, reforçar os controles de antecedentes e manter as armas fora das mãos daqueles que não têm por que possuí-las ou manejá-las”, acrescentou.

“Temos oito pacientes que consideramos com risco imediato de vida, sete com ferimentos graves e risco de vida e seis com ferimentos leves”, informou em entrevista coletiva o comandante dos bombeiros da cidade americana, Ross Grundyson.

A comandante da polícia local informou na mesma entrevista que uma terceira pessoa foi presa após o incidente.

Mais cedo, uma porta-voz do hospital Children’s Mercy indicou à AFP que estava atendendo 12 pessoas (11 delas crianças), 9 delas feridas a bala.

O ataque ocorreu perto da Union Station, onde, momentos antes, os jogadores da equipe de futebol americano haviam saudado os torcedores, publicou a polícia de Kansas City na rede social X, acrescentando, naquele momento, que duas pessoas armadas haviam sido presas após o incidente.

Centenas de milhares de pessoas celebravam os Chiefs, que venceram no último domingo o Super Bowl, a final do campeonato nacional de futebol americano. Vários jogadores desceram dos ônibus para cumprimentar e tirar fotos com torcedores, muitos dos quais haviam chegado ao local antes do amanhecer.

O tradicional desfile da vitória percorria um trajeto de 3 quilômetros até a estação ferroviária Union Station, onde ocorreram os disparos. Torcedores fugiram às pressas do local, enquanto a polícia trabalhava para esvaziar a estação.

“Pensei que fossem fogos de artifício. Ouvi entre 15 e 20 disparos em um intervalo muito curto”, descreveu John O’Connor ao jornal The Kansas City Star.

“Estou aborrecida com o que aconteceu hoje. As pessoas que vieram a essa celebração deveriam esperar um ambiente seguro”, comentou a comandante da polícia local, Stacey Graves.

O prefeito da cidade, Quinton Lucas, foi um dos que tiveram que correr para se proteger. “Acho que a primeira reação é absolutamente de raiva”, comentou, em entrevista coletiva.

“Este é um dia esperado por muitas pessoas, algo de que se lembrarão pela vida inteira. Elas não deveriam ter que se lembrar da ameaça de violência armada. Não quero que tenhamos, a cada grande evento em nosso país, que nos preocupar com a possibilidade de levar um tiro”.

– Sem sentido –

“Estamos realmente tristes com o ato de violência sem sentido que ocorreu no encerramento do desfile e encontro de hoje”, diz um comunicado divulgado pela equipe de futebol americano.

“Rezo pela cidade”, publicou em redes sociais o quarterback Patrick Mahomes, principal jogador do Kansas City Chiefs. Segundo a imprensa local, mais de 1 milhão de pessoas eram esperadas para o desfile, que aconteceu no centro da cidade, debaixo de sol forte.

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