O terrível balanço de mortos do massacre em duas mesquitas na cidade neozelandesa de Christchurch está em grande parte relacionado ao fato de que o atirador se encontrava equipado com fuzis de assalto semi-automáticos, armas que possuem comprovada força letal.

O terrível balanço do massacre cometido em duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, está em grande parte relacionada ao fato de que o atirador estava equipado com fuzis de assalto semi-automáticos, armas que o noticiário americano prova regularmente sua temível letalidade.

Em um vídeo postado no Facebook pelo extremistas autor do massacre – uma sequência que as autoridades pedem para não ser propagado – é possível vê-lo atirando contra suas vítimas numa cadência rápida, provavelmente disparando centenas de balas.

A polícia da Nova Zelândia não revelou a marca de suas armas, que ele cobriu com inscrições neo-nazistas ou fazendo referência a personagens que mataram muçulmanos.

Mas o vídeo mostra uma espingarda, bem como variantes civis de fuzis militares projetados para fazer o maior número possível de baixas em tempo recorde.

Tais armas provaram, infelizmente, sua eficácia nos tiroteios que regularmente assolam os Estados Unidos. Especialmente quando estão equipadas com pentes de alta capacidade, carregadores contendi 30 ou mais balas.

Seja em um cinema no Colorado (82 vítimas, incluindo 12 mortos em 2012), o massacre em uma escola em Newtown (26 mortes em 2012), o atentado jihadista em 2015 em San Bernardino (28 atingidos, 14 mortos), foram usadas esses fuzis leves.

Tais armas também estiveram presentes no mssacre em um show em outubro de 2017 em Las Vegas (58 mortos, 500 feridos) e na tragédia de novembro de 2017 no colégio de Parkland, na Flórida (17 mortos).

Ou no massacre em uma boate gay de Orlando em junho de 2016 (49 mortos). Entre os 53 sobreviventes, foram constatados ferimentos muitas vezes muito graves, dada a extrema velocidade dos projéteis e sua forte capacidade de destruir tecidos.

Os fuzis semi-automáticos, muitas vezes têm uma mira dobrável ou telescópica, uma alça e carregadores removíveis.

“Essas características aumentam a letalidade da arma, tornando mais fácil descarregar, recarregar e manobrar em um espaço fechado”, diz a organização Violence Policy Center.

Em Newtown, San Bernardino, Parkland, Las Vegas ou em outros lugares, os atiradores usaram um AR-15, um fuzil de assalto declinado em várias versões e cuja designação militar é M16.

Os fabricantes os apresentam como objetos esportivos e de lazer, ou como a melhor resposta para a necessidade de autodefesa dos americanos.

– Letal, mas legal –

Embora a taxa de mortalidade na Nova Zelândia seja relativamente baixa, a legislação sobre armas é considerada menos rigorosa do que em outros países desenvolvidos fora dos Estados Unidos.

É necessária uma autorização especial para manter uma arma de fogo na Nova Zelândia, mas não há registro nacional para elas.

“Mesmo que a indústria de armas opte por chamar as armas de ataque semiautomáticas de ‘fuzis modernos esportivos’, não há diferença significativa entre elas e as armas militares”, diz o Violence Policy Center.