ROMA, 8 ABR (ANSA) – Um ataque aéreo contra uma estação ferroviária em Kramatorsk, na região ucraniana de Donetsk, deixou pelo menos 39 pessoas mortas nesta sexta-feira (8), incluindo quatro crianças.   

O local era usado para a evacuação de civis do leste da Ucrânia e, no momento do bombardeio, por volta de 10h30 (horário local), abrigava cerca de 4 mil indivíduos, de acordo com o prefeito Alexander Goncharenko.   

“Os ocupantes atingiram a estação ferroviária de Kramatorsk, onde milhares de ucranianos pacíficos esperavam para ser evacuados. Os russos desumanos não abandonam seus métodos. Não tendo a força e a coragem de nos enfrentar no campo de batalha, estão destruindo a população civil. Esse mal não tem limites e, se não for punido, não vai acabar nunca”, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no Telegram.   

Já o alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, também acusou a Rússia pelo bombardeio e afirmou que o objetivo da ação era “fechar as vias de fuga para aqueles que escapam dessa guerra injustificável”.   

Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse ser “horrível” ver que Moscou “atingiu uma das principais estações usadas pelos civis que estão saindo da região”.   

Imagens do míssil jogado sobre o local mostram a escrita “para as crianças” em russo, mas o Kremlin afirma que o projétil era de um modelo “utilizado apenas pelas forças ucranianas”.   

“Em 14 de março, um míssil similar lançado de uma divisão da 19ª Brigada do Exército ucraniano havia atingido o centro de Donetsk, matando 17 civis e ferindo outros 36”, disse o Ministério da Defesa da Rússia.   

A cidade de Donetsk é capital da região homônima, que é palco de um conflito separatista desde 2014, assim como a vizinha Lugansk. A maior parte desse território está sob domínio de rebeldes pró-Rússia, mas Kramatorsk ainda está em poder da Ucrânia.   

Nos últimos dias, Moscou retirou suas tropas do centro e do norte ucranianos, incluindo os arredores da capital Kiev, para reorganizar suas forças e se concentrar na conquista do chamado Donbass, onde ficam Donetsk e Lugansk.   

Segundo o regime de Vladimir Putin, seu principal objetivo agora é obter a “libertação” total dessa parte da Ucrânia. (ANSA).