Os três adolescentes que foram feridos durante um ataque a faca em uma escola particular em Poços de Caldas (MG) permanecem internados na Santa Casa da cidade. O caso aconteceu na tarde dessa terça-feira, 10, e provocou a morte de um aluno de 14 anos. O autor do ataque, um ex-aluno da instituição, de 14 anos, foi apreendido pela polícia.

Entre os feridos que se recuperam no hospital está uma jovem de 17 anos que foi atingida enquanto tentava salvar outras crianças do agressor. Ela é monitora de uma van que faz transporte escolar.

“Na hora que ele entrou, ela pegou e tirou as outras crianças (e viu) que ele estava indo para cima. Aí ela se enfiou na frente dele, e na hora ele pegou e deu uma facada. Pôs a mão no peito dela, olhou bem no olho dela e deu uma facada”, relatou a auxiliar de serviços gerais Liliam de Fátima Garcia, que é mãe da monitora ferida, em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo.

A mulher demonstrou estar orgulhosa da atitude da filha. “Ela vai fazer 18 anos agora, dia 12, e Deus deu a vida pra ela de novo”, disse, acrescentando que a jovem agora “vai passar a ter dois aniversários”.

Em nota, o governo de Minas Gerais lamentou o ocorrido e se solidarizou com as famílias dos jovens atingidos. O Estado também se comprometeu a aprimorar as ações para garantir a segurança dos alunos.

“A segurança nas escolas têm sido uma preocupação constante da atual gestão do governo de Minas. Está em contínuo reforço, por exemplo, a Patrulha Escolar, responsável pela identificação de pontos sensíveis de segurança e a consequente realização de rondas preventivas no entorno das escolas, assim como outras operações”, diz o texto.

“O governo de Minas reforça seu comprometimento de estar sempre aprimorando as ações para garantir a segurança aos nossos estudantes. Estamos completamente empenhados para garantir proteção às nossas crianças e adolescentes.”

Nota da redação

A reportagem decidiu não publicar detalhes sobre o autor do ataque. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um “troféu” dentro dessas redes.