14/04/2022 - 15:30
Um dos jogadores mais velozes da história, o ponta esquerda holandês Arjen Robben não aguentou ficar muito tempo longe do esporte. Aposentado dos campos em julho de 2021, no Groningen, o camisa 11 que ficou marcado como um dos algozes na eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, estreou nas pistas no fim de semana, como fundista. Aos 38 anos, correu a Maratona de Roterdã em 3 horas e 13 minutos e não escondeu o sofrimento: “Não foi nada divertido.” Mesmo assim, promete não desistir das provas de longa distância.
Robben sofreu com cãibras ao longo dos 42 quilômetros da prova, teve de caminhar por alguns minutos e cruzou a linha de chegada exausto. Ao longo do percurso, até impôs um ritmo forte de 14 km/h. Cruzou trotando, extenuado, mas dizendo que pode voltar a repetir a dose após enorme apoio do público.
O compatriota e ex-patinador de velocidade, Erben Wennemars, foi o fiel escudeiro de Robben. Ambos disputaram toda a prova lado a lado e, no fim, o ex-jogador deu um abraço ao amigo. “Eu tive de lutar muito, mas todo mundo me incentivou.”
Aos 38 anos, Robben ficou bastante distante de sua maior velocidade apresentada no esporte. O recorde da carreira foi uma arrancada contra a Espanha na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, na qual atingiu 37 km/h, superando fácil o zagueiro Sergio Ramos.
O holandês esperava fazer uma marca mais baixa. Durante os treinos, correu uma meia maratona em 1h20min37. Mas, levando em consideração o tempo do vencedor, não foi tão distante para um estreante. Abdi Nageeye, nascido na Somália e naturalizado holandês, cruzou em primeiro após 2h04m56. Ele foi prata nos Jogos de Tóquio com 2h09min58.
“Não foi nada divertido. Consegui acabar, mas foi apenas isso. Tive muitas vezes que respirar fundo e lutar. Foi uma verdadeira luta”, declarou Robben. “Depois de 30 quilômetros você não desfruta mais. É um inferno. Você logo pensa que não fará mais, mas talvez possa fazer isso novamente.”
Robben teve uma carreira extremamente vencedora no futebol, sobretudo com a camisa do Bayern de Munique, clube no qual é ídolo após a conquista da Liga dos Campeões de 2012/13. Pela seleção holandesa, o habilidoso atacante disputou as Copas do Mundo de 2006, 2010 e 2014. Enfrentou o Brasil nas quartas na África do Sul, na qual cobrou a falta do gol de empate de Sneijder. Sua seleção buscaria a virada, por 2 a 1, até perder a decisão para a Espanha. Quatro anos mais tarde, ele cruzaria com a seleção brasileira mais um vez, na disputa pelo terceiro lugar. Novo triunfo, desta vez com 3 a 0.