Em ata divulgada nesta terça-feira, 26, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou que mudou sua premissa para o câmbio de R$ 3,60 da ata anterior e de R$ 3,45 do Relatório Trimestral de Inflação de junho para R$ 3,25 no documento desta terça-feira. O número é utilizado para formar seu cenário de referência.

Com a baixa, o novo valor considerado para o dólar está bem próximo do negociado no dia em que o colegiado decidiu manter a Selic de 14,25% ao ano mais uma vez. Na quarta-feira passada, o dólar à vista fechou em baixa, a R$ 3,2473. A utilização de uma referência mais baixa para o câmbio era recorrente nos documentos anteriores do Banco Central.

O realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais – via alta do dólar – era apontado pelo BC na gestão de Alexandre Tombini como um dos principais fatores de pressão para a inflação no curto prazo ao longo de todo o ano passado, ao lado do ajuste de preços administrados ou monitorados pelo governo.

Preços administrados

O Banco Central BC revisou suas projeções para os preços administrados de 2016 e de 2017. Na ata anterior, o Comitê de Política Monetária (Copom) previa uma elevação de 6,8% para este ano e no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, 6,7%. Na edição divulgada nesta terça-feira a nova taxa estimada é de 6,60%. O Relatório de Mercado Focus divulgado na segunda-feira, 25, mostrou um tombo das estimativas para esta variável, passando de 6,70% para 6,38%.

Desta vez, o colegiado não apresentou detalhamento da composição dos preços administrados, como fazia até aqui, ao citar, por exemplo, reajuste de preços das passagens de ônibus, água e energia.

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Para 2017, a expectativa do Copom apresentada hoje é de uma alta de 5,3% para os preços administrados ante variação de 5,0% verificada na ata passada e de 5,3% do RTI. Estas previsões ajudaram a formar a base para que o colegiado mantivesse na semana passada a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano pela oitava vez consecutiva.

Déficit primário

A ata suprimiu as informações referentes aos parâmetros de déficit e superávit primário contidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), como costumava trazer. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, a instituição considerava como indicador fiscal o resultado primário estrutural um déficit primário de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Na ata anterior, estava em 2,8%, e a mudança foi causada pela alteração da estimativa para a atividade, que passou de queda de 3,5% para baixa de 3,3%.

Para 2017, o BC apresentava a perspectiva de superávit de 0,90% do PIB na ata anterior e também no RTI. No comunicado que se seguiu ao Copom na semana passada, o colegiado deu pistas de que esta questão ainda não está resolvida para a autoridade monetária: “incertezas quanto à aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia permanecem”, escreveram os diretores da instituição na ocasião.


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