Por Will Dunham

WASHINGTON (Reuters) – Astrônomos detectaram um tipo de explosão estelar anteriormente desconhecido, chamado de micronova, envolvendo rajadas termonucleares nas regiões polares de uma estrela já queimada chamada de anã branca, depois de ter recebido material de outra estrela companheira. 

Os pesquisadores disseram na quarta-feira que a micronova é o tipo menos poderoso de estrela hoje conhecido — menos energético que a explosão chamada de nova, no qual a superfície inteira da anã branca explode, e pequena, se comparada com a supernova, que acontece na agonia de morte de algumas estrelas gigantes. 

Micronovas são observadas da Terra como explosões de luz que duram cerca de 10 horas. Elas foram documentadas em três anãs brancas — uma delas a 1.680 anos-luz da Terra, outra distante 3.729 anos-luz, e outra a 4.900 anos-luz. Um ano-luz é a distância que a luz pode viajar no período de um ano, 9,5 trilhões de quilômetros. 

“A descoberta foi uma surpresa inesperada. Ela mostra o quão dinâmico é o universo. Esses eventos são rápidos e esporádicos. Encontrá-los requer olhar no lugar certo e na hora certa”, disse a astrônoma Simone Scaringi, da Universidade de Durham, na Inglaterra, principal autora do estudo publicado na revista Nature. 

As anãs brancas estão entre os objetos mais densos do universo, resultantes do colapso do núcleo de uma estrela em processo de morte. Elas tem uma massa semelhante à do nosso Sol, mas tem o tamanho aproximado da Terra em diâmetro. A maioria das estrelas, incluindo o Sol, estão destinadas a acabar desta maneira. 

Algumas anãs brancas são parte do que chamamos de sistemas binários, e estão em órbita com outras estrelas. 

As micronovas acontecem em sistemas binários muito específicos — já que a anã branca possui um campo magnético forte, e uma estrela normal, de massa mais baixa. A força gravitacional da anã branca é tão forte que pode sugar o gás hidrogênio da superfície da estrela companheira. O hidrogênio então flui em direção aos pólos magnéticos da anã branca, da mesma maneira que o campo magnético da Terra canaliza os ventos solares para os pólos magnéticos do nosso planeta, criando as auroras.

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