ROMA, 11 SET (ANSA) – A busca por vida fora da Terra ganhou um novo e importante capítulo nesta quarta-feira (11). Astrônomos da University College, em Londres, anunciaram a descoberta de vapor de água na atmosfera de um planeta situado na área “habitável” de sua estrela.   

O astro se chama K2-18b e fica a 110 anos-luz da Terra. Segundo os cientistas, coordenados por Angelos Tsiaras, o planeta está a uma distância de sua estrela compatível com a existência de formas de vida.   

É a primeira vez na história que pesquisadores detectam vapor de água na atmosfera de um exoplaneta (planeta fora do Sistema Solar). O K2-18b tem massa oito vezes superior à da Terra e, até o momento, é o único astro conhecido que reúne tanto água quanto temperaturas compatíveis com a vida.   

Por outro lado, sua estrela, chamada K2-18, é uma anã vermelha menor e mais fria que o Sol, porém muito mais ativa, o que pode criar um ambiente mais hostil no K2-18b do que o da Terra, uma vez que o exoplaneta estaria mais exposto à radiação.   

Para os autores da pesquisa, publicada na revista Nature Astronomy, a novidade pode abrir caminho para facilitar a descoberta de outros planetas capazes de abrigar vida. “Nossa descoberta torna o K2-18b um dos planetas mais interessantes para estudos futuros”, disse a astrofísica italiana Giovanna Tinetti, que faz parte do grupo responsável pelo estudo.   

Essa também é a primeira vez que se observa a atmosfera de um planeta situado na chamada zona habitável, ou seja, a área compatível com temperaturas que permitam a existência de água em estado líquido.   

Os pesquisadores determinaram as características do exoplaneta graças a dados obtidos em 2016 e 2017 pelo telescópio Hubble, operado pela Nasa e pela Agência Espacial Europeia (ESA). Por meio de algoritmos criados para analisar a luz filtrada pela atmosfera, eles conseguiram encontrar a “assinatura” molecular da água, assim como de hidrogênio e hélio.   

No entanto serão necessárias novas análises para determinar o percentual de água na atmosfera e se existem nuvens no exoplaneta. (ANSA)