29/02/2024 - 13:38
Sua viagem à órbita lunar está prevista apenas para setembro de 2025, mas os quatro astronautas da missão Artemis 2 já estão se preparando para seu retorno à Terra, e há oito dias treinam no mar com a Marinha dos Estados Unidos, no litoral da Califórnia.
“É uma loucura. É o tipo de coisa que só acontece nos filmes e que nós vivemos todos os dias”, declarou o comandante Reid Wiseman na quarta-feira (28), na base naval de San Diego.
A bordo de um enorme navio de assalto anfíbio, centenas de marinheiros, mergulhadores e pilotos do Exército americano têm a tarefa de coordenar seus esforços para resgatar e transportar os exploradores espaciais por via aérea. Um ensaio geral essencial para a realização daquela que será a última etapa de uma missão histórica.
Wiseman e seus três colegas se tornarão os primeiros humanos a se aproximarem da Lua desde o fim do programa Apollo, há mais de 50 anos.
Se tudo correr bem, orbitarão o satélite natural da Terra por 10 dias a bordo da cápsula Órion, antes de retornarem à superfície terrestre.
Como enfrentar uma possível tempestade? Que procedimento deve ser iniciado se um dos astronautas ficar ferido?
“Pensamos continuamente no que vamos fazer. Precisamos nos preparar para todos os cenários”, disse à AFP Lily Villareal, responsável da Nasa que supervisiona a etapa de retorno da missão.
Os astronautas treinam em uma réplica em tamanho real da cápsula Órion, um grande cone preto apelidado de “Darth Vader”, por sua semelhança com o capacete do vilão da saga Guerra nas Estrelas.
A humanidade planeja retornar à Lua através do programa Artemis, não mais para alcançá-la, mas para “permanecer” de forma duradoura, segundo Villareal.
Enquanto Artemis 2 se limitará a sobrevoar a Lua, a terceira missão do programa, prevista para o final de 2026, levará humanos de volta a este astro.
O objetivo é enviar missões com várias semanas de duração para depois estabelecer uma base na superfície lunar e uma estação espacial em sua órbita, capaz de impulsionar a conquista de Marte, visto o interesse da Nasa no planeta vermelho.
“Nossa Terra tem recursos limitados, é por isso que temos que descobrir o que podemos fazer para o bem da humanidade”, enfatiza Villareal.
A conquista da Lua vai além da simples ambição de utilizá-la como catapulta para outras partes do universo. Há vários anos, empresas privadas sonham em explorar o turismo espacial e potências como Índia, Japão e China conseguiram recentemente pousar na superfície lunar.
Pequim também busca enviar humanos à Lua até 2030, o que pressiona a Nasa para que não acumule mais atrasos.
Neste contexto, “a questão não é realmente por que vamos lá, mas sim se vamos estar na liderança ou não”, declara Christina Koch, outra astronauta da Artemis 2, que se tornará a primeira mulher a se aventurar tão longe no espaço e será acompanhada pelo canadense Jeremy Hansen e Victor Glover, o primeiro astronauta negro a participar de uma missão lunar.
Com seu novo programa, a Nasa pretende que uma mulher e um homem negro pisem na Lua pela primeira vez.
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