SÃO PAULO, 26 JAN (ANSA) – Após a mídia alemã informar durante o fim de semana que a vacina anti-Covid desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca teria uma eficácia menor de 10% em idosos acima de 65 anos, a empresa se pronunciou oficialmente sobre o caso.   

Segundo a farmacêutica, os dados apresentados nas matérias dos jornais “Handelsblatt” e “Bild” estão “completamente errados”.   

Já o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, informou que as reportagens “são pura especulação” e que o governo não teme a aprovação do imunizante AZD 1222 – afirmando ainda que o valor de 8% de eficácia foi feito por uma confusão de dados.   

Conforme Spahn, o estudo mostra que “cerca de 8% dos participantes nos testes de eficácia da AstraZeneca tinham entre 56 e 69 anos, e três a quatro por cento tinham acima dos 70”.   

“Isso não é o número da eficácia de apenas 8% entre idosos”, acrescentou o ministro.   

No entanto, tanto o governo alemão como diversos cientistas já se manifestaram preocupados com o fato de poucos idosos terem sido incluídos na fase 3 de testes. O problema, inclusive, foi destacado no estudo publicado pela revista científica “The Lancet” no início de dezembro.   

Outra dúvida sobre a eficácia da vacina da Oxford/AstraZeneca vem pelo fato de ter ocorrido um erro durante os testes, em que um grupo recebeu duas doses completas do imunizante e outro recebeu uma dose e meia. No primeiro, a eficácia global foi de 62% e, no segundo, foi de 90% – dando uma média de 70,4% de prevenção.   

No fim de dezembro, pouco antes do governo do Reino Unido ser o primeiro a dar a aprovação para uso emergencial da vacina, o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, informou em entrevista ao “The Sunday Times” que foi encontrada “uma fórmula vencedora” que “garante” uma eficácia de 95% na prevenção da Covid-19″ e de “100% contra formas graves”.   

É esperado que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) dê a liberação para uso emergencial da AZD 1222 até o fim desta semana. No entanto, de acordo com as matérias dos jornais alemães, o governo de Berlim está preocupado que a autorização não seja dada aos maiores de 65 anos – apenas para outros grupos prioritários.   

Além do Reino Unido, a vacina Oxford/AstraZeneca já está sendo aplicada no Brasil, na Índia, na Argentina, entre outros. E, em todos, a liberação foi para maiores de 18 anos sem limite de idade. (ANSA).