O presidente da Associação Mato-Grossense dos Municípios, Neurilan Fraga, defende o afastamento do governador do Estado, Pedro Taques (PSDB), do comando do executivo por atrasos nos repasses da Saúde. A situação é “recorrente desde o início da administração”, afirma Fraga. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 8, ele disse que já foram esgotadas todas “as possibilidades de diálogo para que o governo repassasse os recursos que estão em aberto e não vemos outro caminho”. Em relação à saúde básica, ele diz que o atraso chega a cerca de R$ 150 milhões.

Nesta terça-feira, 7, prefeitos de pelo menos cinco municípios realizaram protesto contra a falta de repasses para que as unidades normalizem os atendimentos nos setores de urgência e emergência. Na próxima sexta, a associação voltará a se reunir para definir se entra com a representação na Assembleia Legislativa local.

No mês passado, representantes de entidades e lideranças políticas bloquearam a BR-163 para forçar o governo estadual a resolver o problema financeiro dos Hospitais Regionais: Sinop, Sorriso e Colíder. O hospital regional de Sinop, um dos maiores municípios do Estado, reduziu atendimento. A Fundação de Saúde Comunitária, que administra a unidade, alega que tem R$ 8,8 milhões para receber do Estado. A manifestação foi organizada pelo Consórcio de Saúde do Vale do Teles Pires e contou com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dos municípios de Marcelândia, União do Sul, Tabaporã, Sorriso e Sinop.

Outro lado

O governador Pedro Taques está viajando. O secretário de Estado de Comunicação, Kleber Lima, declarou que um possível pedido de afastamento do governador “possui viés político”. Além disso, acrescentou que, se “atraso em pagamentos por parte do poder público gerar afastamento, dificilmente ficará um prefeito no cargo”.