Assessores de Elon Musk encarregados de administrar a agência de recursos humanos do governo dos Estados Unidos bloquearam servidores públicos de carreira nos sistemas digitais que contêm dados pessoais de milhões de funcionários públicos federais, disseram duas autoridades do órgão.
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Desde que voltou à Casa Branca, em 20 de janeiro, o presidente Donald Trump decidiu promover uma grande reforma governamental, demitindo e escanteando centenas de servidores por razões que analistas afirmam serem ideológicas.
Musk, que é CEO da Tesla e proprietário do X (antigo Twitter), foi empossado pelo republicano no Departamento de Eficiência Governamental, órgão que tem a redução do funcionalismo público como um de seus objetivos. O bilionário alocou aliados no Escritório de Gestão de Pessoas do governo.
Duas autoridades da agência, que falaram à Reuters sob a condição de anonimato, afirmaram que servidores seniores da agência tiveram cortados seus acessos aos sistemas de dados do departamento, onde estão contidas datas de nascimento, números da seguridade social, avaliações, endereços, níveis salariais e tempo de serviço dos funcionários do governo.
“Não temos visibilidade do que eles farão com os sistemas de computador e de dados. Isso é muito preocupante. Não há supervisão. Traz implicações reais de cibersegurança e hacking”, disse uma das fontes. Contatados, Musk e o departamento que comanda não responderam à reportagem.
Don Moynihan, professor da Escola Ford de Políticas Públicas da Universidade de Michigan, afirmou que as ações abrem uma margem perigosa: “Isso torna muito mais difícil para qualquer pessoa de fora do círculo interno de Musk no órgão saber o que está acontecendo”, disse.
Uma equipe com funcionários atuais e antigos de Musk assumiu o Escritório de Gestão de Pessoas no início do governo Trump. Eles moveram sofás para o quinto andar da sede da agência, que tem o escritório do diretor e só pode ser acessado com um crachá de segurança ou uma escolta. Os móveis foram instalados para que a equipe possa trabalhar 24 horas por dia, disse uma fonte — em repetição do que Musk fez quando adquiriu o X