Assessores do deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que assumiu nesta quinta-feira, 5, a presidência da Câmara interinamente após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), classificaram como “absurdas” as especulações de uma possível renúncia do deputado do cargo de primeiro vice-presidente da Casa. Segundo assessores, “é impossível isso acontecer”.

“Não há a possibilidade de isso acontecer”, rebateu um assessor de Maranhão. De acordo com esse assessor, o presidente em exercício da Câmara já recebeu o apoio de “mais de 100” deputados nesta quinta-feira, após assumir o comando da Câmara interinamente. A maioria dos apoios vem de deputados do PT, PCdoB e PSOL, partidos que fazem oposição a Cunha na Casa.

Como mostrou mais cedo o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, aliados de Cunha articulam a renúncia de Maranhão e Giacobo (PR-PR) dos cargos de primeiro e segundo vice-presidentes da Câmara, respectivamente, caso o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirme liminar que determinou o afastamento de Eduardo Cunha do mandato e da presidência da Casa.

A ideia seria tentar provocar a realização de uma nova eleição para vice-presidentes, que assumem interinamente o comando da Casa com o afastamento de Cunha. Em reservado, deputados de partidos como PTB, PSD, PR e até do PP, sigla de Maranhão, avaliam que o atual presidente interino da Câmara não tem a “menor condição” de presidir a Casa.

Também não acreditam que Giacobo tenha articulação suficiente para assumir o posto. Por isso, esses líderes querem a escolha de novos vice-presidentes “de pulso” para substituir Eduardo Cunha. A ideia foi discutida na manhã desta quinta-feira em reunião de deputados do chamado “centrão” e até da oposição.

Na única e rápida entrevista que deu até agora, quando deixava a Câmara para almoçar, Maranhão afirmou que momento “é de serenidade” e sinalizou que pretende seguir no cargo. “Minha palavra é de serenidade. A Constituição conduz, baliza nossas atitudes. Portanto, vamos cumprir a Constituição, trabalhar pela Casa, pelo Brasil”, disse.