Jason Greenblatt, arquiteto-chave do plano de paz entre israelenses e palestinos elaborado pelo governo Trump, anunciou sua renúncia ao posto nesta quinta-feira (5).

Trabalhando desde 2017 lado a lado com o genro e assessor de Trump, Jared Kushner, em um projeto para resolver o conflito no Oriente Médio, Greenblatt afirmou, em uma nota, que estar na Casa Branca foi “a honra” de sua vida.

“Estou realmente agradecido por ter trabalhado para tentar melhorar a vida de milhões de israelenses, palestinos e outros”, tuitou.

Um alto funcionário do governo disse que Greenblatt queria passar mais tempo com sua família, que deixou o governo em bons termos e “mantém a confiança do presidente”.

Um funcionário da Casa Branca disse que Avrahm “Avi” Berkowitz, também judeu e que trabalhou para Kushner, poderia substituir Greenblatt.

Antes ter sido escolhido por Trump no final de 2016, Greenblatt foi seu assessor legal na Organização Trump durante duas décadas.

“Jason foi um grande e leal amigo e um advogado fantástico”, disse Trump no Twitter, ao anunciar que Greenblatt passaria para o setor privado. Ele também agradeceu “por sua dedicação a Israel e à busca da paz entre israelenses e palestinos”.

A partida de Greenblatt agrega mais um ponto de interrogação sobre o polêmico plano, descrito por Trump como o “acordo do século”. O presidente ainda não revelou detalhes, porém, deste plano rejeitado pelos palestinos.

Há uma semana, Greenblatt disse que o projeto será divulgado apenas depois das eleições legislativas em Israel programadas para 17 de setembro. Nelas, decide-se a permanência (ou não) no poder do premiê Benjamin Netanyahu, um aliado de Trump.

Depois de saber da saída de Greenblatt, Netanyahu lhe agradeceu “por seu dedicado trabalho pela segurança e pela paz e por nunca hesitar em dizer a verdade sobre o Estado de Israel a seus críticos”.

Já Hanan Ashrawi, membro do alto escalão da administração palestina, disse que Greenblatt “nunca perdeu a oportunidade de atacar os palestinos”.

“Ninguém o viu, de modo algum, como imparcial, ou neutro. Estava totalmente comprometido, não com a paz, mas com a justificativa de todas as violações israelenses”, declarou à AFP.