A Convenção Constituinte do Chile iniciou sua primeira sessão de trabalho nesta quarta-feira (7), com dois dias de atraso por causa de problemas técnicos e sanitários no prédio que abriga os 155 constituintes que vão redigir a nova Constituição do país.
A mesa presidencial, composta pela acadêmica mapuche Elisa Loncón, como presidente, e pelo perito constitucionalista Jaime Bassa, como vice-presidente, iniciou formalmente os trabalhos de nove meses – prorrogáveis por mais três meses – de redação da Carta Magna que substituirá a atual, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
A primeira sessão estava marcada para segunda-feira, mas ao chegar ao prédio onde iriam realizar as sessões, os constituintes começaram a se retirar, denunciando que não havia condições técnicas ou sanitárias para funcionar.
“Depois do fracasso da tentativa de sessão de segunda-feira, a Constituinte ficou um pouco no ar”, denunciou Bassa em seu discurso de quarta-feira, que definiu como primeira tarefa a criação de uma comissão de regulamento, orçamento e ética.
Entre outros aspectos da mesa no primeiro dia de trabalho está também a ampliação da diretoria, de duas para sete pessoas, para ter uma equipe “mais robusta”, conforme apontou, e a criação de uma comissão que revise as licitações feitas até agora para seu funcionamento.
“Quero fazer um apelo ao país para que isso esteja funcionando bem. É preciso ter alguns dias de paciência para que os constituintes sejam instalados”, informou o subsecretário da secretaria-geral da Presidência da República, Máximo Pavez, representante do governo na Constituinte.
No início da sessão, a presidente Loncón saudou a machi (autoridade ancestral), Francisca Linconao, também constituinte, e pediu intérpretes das línguas dos povos originários.
“Tem um povo aqui que escuta e vê isso, e nos comprometemos a chegar aqui com toda a dignidade: nas nossas línguas, com as nossas culturas e isso ainda está em falta”, criticou a presidente da Assembleia.