O ex-policial militar Ronnie Lessa e o ex-vereador Cristiano Girão foram condenados pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 22, pelos assassinatos do policial André Henrique da Silva Souza e de sua esposa, Juliana Sales de Oliveira, em junho de 2014.
Lessa é o assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, mortos a tiros em março de 2018 na capital fluminense, e está preso na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo, pelo crime. Pela nova condenação, como executor, foi sentenciado a 90 anos de prisão.
Já o ex-vereador foi apontado como mandante da execução de André e Juliana, e pegou 45 anos de cadeia. Ele está preso no Complexo de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro. As condenações foram definidas por júri popular após mais de 18 horas de deliberação.
Condenados por duplo homicídio: como foi o crime
O ex-policial militar e sua companheira andavam de carro em Jacarepaguá, na zona oeste da capital fluminense, quando foram emboscados e atingidos por disparos originados de outro veículo. Dois fuzis, um AK-47 e um AR-15 — armas de alta capacidade destruição, utilizadas em conflitos militares — foram usados, de acordo com o depoimento do executor.
“Isso por si só se trata de tamanha desproporcionalidade em relação às vítimas desarmadas, além de demonstrar-se uma afronta direta ao Estado do Rio de Janeiro organizações criminosas terem em sua posse armas de grosso calibre”, escreveu a juíza Tula de Mello na sentença.
Segundo os policiais que investigaram o duplo homicídio, Girão era suspeito de comandar uma milícia na região e tinha André Henrique como um “rival”. Diante da relação, o ex-vereador contratou Lessa para executar o desafeto.