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A revista americana “Time” elegeu jornalistas mortos ou que estão ameçados como “personalidades de 2018”. Entre eles está o saudita Jamal Khashoggi. Crítico do regime ditatorial do príncipe árabe Mohammad bin Salman, Jamal foi ao consulado saudita em Istambul, onde morava, em 8 de outubro. De lá, nunca mais saiu — foi assassinado no consulado. Agentes turcos e do FBI investigaram o crime. Concluíram que Jamal foi morto por ordem de Salman. O presidente dos EUA, Donald Trump, poupou críticas ao governo árabe temendo prejudicar as relações estratégicas entre os dois países.

Melhor do que ameaças

O gesto simbólico protagonizado pelo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e o ditador da Coreia do Norte, Kim Jon-un, em abril, caminhando um em direção ao outro na fronteira entre as duas Coreias, e depois atravessando, de mãos dadas, a marca que separa as duas nações, parece ter sido o primeiro passo para encerrar 65 anos em que ambos os países, nascidos um só, deram-se as costas. Ou pelo menos espera-se que seja isso. Foi a primeira vez que um líder norte-coreano cruzou a fronteira desde o início da Guerra da Coreia, em 1950, no auge da Guerra Fria. Em 1953, um armistício foi anunciado, mas até abril de 2018 não fora assinado. O documento foi finalmente subscrito por Moon Jae-in e Kim Jon-un na Casa da Paz, na Coreia do Sul. Outro encontro histórico se deu em junho, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, reuniu-se com Kim Jon-un, em Singapura. Objetivo: iniciar um processo de reaproximação dos dois países. Trump elegera Kim um de seus desafetos preferidos, chamando-o de “lunático” e advertindo-o de que ele enfrentaria “fogo e fúria” se atacasse os EUA, coisa que o coreano prometia fazer com seus mísseis. O que o presidente americano exige é que o norte-coreano desative seu programa de armas nucleares. Em troca, Kim pede que sejam retiradas as sanções econômicas impostas pelos EUA e pela ONU a seu país, asfixiado pelas medidas. Poucos avanços concretos, porém, foram dados nos dois sentidos.