Encontrada mais de dois meses depois do seu desaparecimento em uma base militar no Texas, nos Estados Unidos, a morte de Vanessa Guillén, de 20 anos, gerou um efeito maior do que se imaginava pelo seu brutal assassinato.

A soldada norte-americana foi vista pelo última vez em 22 de abril deste ano na base militar de Fort Hood. A busca por Guillén se estendeu por semanas, o que ocasionou até um apelo público do exército norte-americano.

Somente em 30 de junho, mais de dois meses depois do seu desaparecimento, restos mortais foram achados próximo da base onde Vanessa foi vista pela última vez. Depois de análise, a família da vítima confirmou que era Guillén, conforme apuração da BBC.

Apontado como um dos suspeitos de matar Vanessa, o soldado Aaron David Robinson, de 20 anos, se matou com um tiro no último dia 1º de julho, após a polícia confrontá-lo. Além dele, a namorada do soldado, Cecily Aguilar, de 22 anos, também é suspeita e está presa.

A versão apontada pelo Departamento de Justiça é que o soldado confessou o crime para a namorada. Aaron teria matado Vanessa com golpes de martelo na cabeça na base militar. Para retirar a soldada do local, ele usou uma caixa e contou com a ajuda de Cecily. Antes de enterrar a vítima em três covas separadas, os autores desmembraram o corpo de Guillén e colocaram fogo nos restos mortais.

Segundo sua família, antes de desaparecer, Guillén havia confidenciado que vinha sofrendo assédio sexual na base militar, mas não havia feito reclamação formal por medo de sofrer retaliação.

‘Eu sou Vanessa Guillén’

O episódio causou uma comoção nos Estados Unidos. Com a hashtag #IamVanessaGuillen (Eu Sou Vanessa Guillén), as redes sociais foram tomadas de relatos de mulheres membros das forças armadas do país, que revelaram ter sofrido algum tipo de assédio ou violência sexual.

Na ativa ou na reserva, os depoimentos surgiram de várias hierarquias militares. Os relatos também revelaram que algumas soldadas eram drogadas ou atacadas enquanto dormiam, conforme a BBC.

Em grande parte dos ataques, o agressor fazia parte do círculo de convivência da vítima e era de uma patente superior.

Além disso, as militares disseram que há uma cultura que acoberta e protege os agressores. As denúncias, segundo algumas vítimas, eram recebidas com indiferenças ou seguidas de ameças de destruição da carreira militar.