O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ficará “livre” depois que a Justiça dos Estados Unidos aceitar o acordo histórico de culpa alcançado entre o australiano e as autoridades americanas, afirmou nesta terça-feira (25) a sua esposa, Stella, à BBC.

“Existe um princípio de acordo entre Julian e o Departamento de Justiça do país, que deve ser ratificado por um juiz das Ilhas Marianas”, território americano no Pacífico, declarou Stella Assange.

O australiano, de 52 anos, “será um homem livre depois que o acordo for ratificado pelo juiz”, o que acontecerá na quarta-feira (26), acrescentou na Austrália a esposa do fundador do WikiLeaks à ‘BBC Radio’.

Stella Assange destacou que o acordo determina que seu marido se declare culpado de uma única acusação.

“A acusação diz respeito a atos de espionagem e obtenção e divulgação de informações sobre a defesa nacional”, disse.

Julian Assange alcançou um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para se declarar culpado em troca da liberdade, depois de passar cinco anos preso no Reino Unido, segundo documentos judiciais publicados na segunda-feira.

O australiano deixou a penitenciária de Belmarsh, na região de Londres, e embarcou em um voo no aeroporto de Stansted, que fez escala em Bangcoc, antes de seguir para as Ilhas Marianas.

“Não tínhamos certeza até as últimas 24 horas de que isto realmente estava acontecendo”, afirmou Stella Assange à BBC.

“O importante aqui é que o acordo envolve um tempo de prisão cumprido que, se ele assinasse, poderia sair livre”, explicou.

Perseguido pelas autoridades americanas por ter divulgado centenas de milhares de documentos confidenciais, o australiano deve comparecer a um tribunal federal na quarta-feira às 9H00 (20h00 de Brasília, terça-feira) nas Ilhas Marianas.

“A prioridade agora é que Julian recupere sua saúde”, declarou a advogada de 40 anos, que nasceu na África do Sul, com quem o fundador do WikiLeaks tem dois filhos.

O custo do aluguel do avião, que Julian Assange deve pagar, foi de 500 mil dólares, informou Stella Assange à agência de notícias britânica PA.

Quando o pedido americano de extradição de Julian Assange for retirado formalmente, os tribunais britânicos registrarão o fim do processo, anunciou nesta terça-feira o ‘Crown Prosecution Service’ (CPS, Serviço de Procuradoria da Coroa) em um comunicado.

O australiano “deixou o Reino Unido ontem (segunda-feira), após uma audiência realizada na quinta-feira da semana passada, a portas fechadas, a pedido de Julian Assange”, explicou o diretor da Procuradoria, Stephen Parkinson.

A acusação também informou que trabalhou desde março com a Agência Britânica de Combate ao Crime Organizado para implementar “os ajustes práticos necessários que permitiram a Assange deixar a jurisdição de forma segura e de acordo com os seus desejos e os do governo dos Estados Unidos”.

“Treze anos e meio e dois pedidos de extradição depois de sua primeira detenção, Julian Assange deixou o Reino Unido ontem, na segunda-feira”, disse Parkinson.

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