A população assiste de mãos atadas ao assalto das companhias aéreas, com a complacência da Agência Nacional de Aviação Civil.

Os aviões continuam lotados, com passageiros ombro-a-ombro, e não servem mais lanches – um simples copo d’água só aparece se o passageiro pedir.

Mesmo com ajuda bilionária da União por causa dos efeitos das restrições anti-Covid-19 no setor, não houve redução de preços das passagens. E, o pior, a maioria dos voos está mais longa – com aviões “paradores” em de duas a quatro escalas até o destino, em viagens que variam de cinco a até inacreditáveis 19 ou 23 horas.

Uma simples consulta de trechos nos sites das aéreas evidencia isso. Raramente aparecem voos diretos – e os valores estão nas alturas.

As empresas têm surpreendido os clientes com alterações de voos – há casos de trechos diretos que se transformam em escalas – e o reembolso para desistência é um presente para as aéreas: têm até 12 meses para te pagar, segundo regras da ANAC aprovadas no início da pandemia.

O que se ouve entre portas dos executivos das empresas aéreas, com a retomada forte do setor blindado pela ANAC, é um trecho de música com a expectativa do alto caixa: “vem chegando o verão..”