O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), usou parte da verba direcionada a ele de 2019 e 2020 para o bras de pavimentação na região de Petrolina, no Pernambuco. O parlamentar destinou ao menos R$ 200 milhões para o município, conforme apuração do jornal Folga de S. Paulo. Vale lembrar também que a cidade pernambucana é administrada pelo filho do senador, o prefeito Miguel Coelho (DEM).

No município, o pavimento custeado pelo senador já recebeu até apelidos. O asfalto é chamado de farofa ou sonrisal em alusão ao derretimento da malha.

Ainda de acordo com a Folha, alguns moradores da região reclamam que o asfalto chega a grudar na sola dos sapatos ou se quebra com facilidade. Com isso, a extensão das vias fica com buracos e falhas na composição em alguns trechos. Além disso, locais criticam que não houve preocupação com a drenagem ou alinhamento do meio-fio para o período de chuvas.

O que diz o poder público?

Os problemas com asfalto em Petrolina já foram descritos em relatório da da CGU (Controladoria-Geral da União) de fevereiro deste ano. No documento, o órgão destaca 10 irregularidades nas etapas de  contratação e execução das pavimentações pagas com verba federal direcionada pelo líder do governo.

O relatório ainda detalha a suspeita de falha do poder público, por conta de ligação com a empresa Liga Engenharia, a qual consta somente em processos de licitação pela Codevasf, empresa pública.

“Tal preferência exclusiva pode indicar falha nos controles internos das licitações”, segundo o levantamento da controladoria, em um capítulo em que relata a “ausência de procedimentos formais para coibir e identificar práticas ilegais entre as empresas participantes de pregões eletrônicos.”

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Cícero Silva, de 66 anos, morador de Petrolina, foi ouvido pela Folha e disse que o calor causa mais danos aos asfalto.

“Quando está quente, o asfalto afunda, a sandália fica pregada no pé. É um desperdício um dinheiro desse”, diz.


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