O desnudamento das pernas femininas fez seu retorno triunfal no último verão europeu e nas principais passarelas do mundo. Quando o assunto é minissaia, quase tudo é possível: desde a conservadora, quatro dedos acima do joelho, até aquela que esconde pouco mais que um cinto.

Sua criadora, a estilista britânica Mary Quant, diz que pegou uma tesoura e cortou “15 centímetros de saia”, revolucionando o vestuário da época.

Se na última década a tendência privilegiou as chamadas saias “midi” — levemente abaixo dos joelhos –, passarelas da Chanel, Prada, Miu Miu e Balmain trazem agora novos ares. Depois de momentos de repressão, ou quarentena, a ousadia da minissaia costuma reaparecer. Seguindo o conceito dos anos 1960 — de Twiggy, Jane Birkin e Brigitte Bardot — combinado com o dos anos 2000 — de Gisele Bundchen, Britney Spears e Sandy —, as saias da temporada 2021/2022 serão micro. No caso da francesa Chanel (à esq.) isso não significaque serão vulgares. A década de 1980 trouxe a rebeldia do rock e das feministas: as minissaias ganharam acessórios como meias arrastão e leggings, usadas por baixo das peças. Como fez a cantora Madonna, o importante era ir além da ousadia.

Usar uma microssaia a partir de agora também significa, principalmente em um país como o Brasil, um ato de coragem contra o assédio. Em diferentes modelos, seja de cintura alta ou baixa, ela pode ser usada por todas. A diretora criativa da Prada e da Miu Miu, Miuccia Prada, afirmou após seu desfile em Paris que seu desejo era trazer a sensualidade para o dia a dia. “Estou interessada em objetos do cotidiano, quero dar valor às coisas que normalmente passam despercebidas”, afirmou.

OUSADIA Em quase 60 anos de existência, as minissaias sobem e descem conforme a vontade feminina: a atriz Jane Birkin, musa de Serge Gainsbourg, a cantora Madonna e a modelo Gisele Bündchen consagraram a peça