De tempos em tempos surge uma série de tevê que captura o imaginário, as conversas e as redes sociais.
Foi assim com Breaking Bad, Game of Thrones e House of Card.
A série mais recente a conquistar esse feito é “13 Reasons Why”, que significa algo como “As 13 Razões”.
Trata-se da adaptação para a televisão do bestseller escrito por Jay Asher em 2007 e conta a história de uma adolescente que comete suicídio.
Não me acuse de estragar a surpresa, todo mundo já sabe que a mocinha morre no fim.
A mensagem importante, apesar de óbvia, é a de que os pais devem dialogar e ler os sinais de seus filhos em tempos onde o bullying é tão comum.
O twist é que a moça deixa 13 fitas cassete explicando as razões que a levaram a essa
terrível decisão.
Cada fita é um episódio e aos poucos a história vai se construindo até o terrível final.
Depois de ver tanta gente falando sobre essa série nas redes sociais, me ocorreu que está aí uma oportunidade para alguma emissora nacional pegar carona no sucesso de “13 Reasons Why”.
Se você não percebeu, dou uma dica:
Uma série nacional com o título “As Razões do 13”.
No lugar da jovem adolescente, um ex-presidente.
A história vai contar como um partido popular e um líder carismático conseguiram cometer suicídio político.
O 13, na versão brasileira, tem dupla importância porque não apenas será o número de episódios como
é também o número do partido do ex-presidente, veja que feliz coincidência.
Assim como a série americana pretende ser um alerta para os pais, a nossa será um alerta aos eleitores já que o bullying eleitoral é um problema crescente no Brasil.
Eleitores tem se isolado e sido vítimas de preconceito ao deixarem transparecer suas preferências políticas.
Deprimidos, acabam por votar em palhaços, cantores, ex-BBBs e por aí vai.
Também como na série americana, as gravações terão um papel fundamental na nossa adaptação.
Só que não usaremos fitas cassetes para não configurar plágio.
Usaremos gravações telefônicas e câmeras ocultas em reuniões secretas.
Mais dramático e moderno.
A cada episódio uma gravação clandestina conta mais um desdobramento da trama.
Em “13 Reasons Why” a jovem sofre com os avanços
do personagem comum a qualquer filme que retrate
a juventude americana: o garoto mais bonito e popular
do pedaço, o “quarterback”, que tem sua turma e nunca
se dá mal.
No nosso caso esse personagem pode ser, quem sabe, um juiz de primeira instância.
E assim nossa trama se desenrolará, mostrando a derrocada do personagem principal.
Escândalos se empilharão sobre escândalos.
O ex-Presidente fará de tudo para evitar seu trágico fim.
Mas, também como na história original, seu destino é inevitável.
O final é que ainda não tenho muita certeza de qual deve ser, do ponto-de-vista da dramaturgia.
Quem sabe o bulling vence e nosso protagonista desaparece para sempre?
Da política.
Ou numa dessas reviravoltas absurdas o juiz vai preso por abuso de autoridade enquanto o ex-Presidente se reelege?
Não. Acho que esse final não.
Nossa série é drama, não é comédia.

A história vai contar como um partido popular e um líder carismático conseguiram cometer suicídio político. O 13, na versão brasileira, tem dupla importância porque não será apenas o número de episódios como é também o número do partido do ex-presidente