A época mais quente do ano está chegando, o verão, e a mudança da estação vem acompanhada de novos hábitos e doenças sazonais, que merecem atenção para evitar graves consequências à saúde após a temporada. À IstoÉ, especialistas alertam sobre o assunto e indicam medidas de prevenção.

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Principais doenças do verão

O verão é o momento ideal para aproveitar praias, cachoeiras e piscinas. Nessa época do ano, as viagens se destacam e, consequentemente, locais cheios são quase inevitáveis e o risco de transmissão de doenças — incluindo a Covid-19 — se sobressai.

Os fortes raios solares nessa estação pode prejudicar a saúde. José Roberto Fraga Filho, dermatologista da Dermagynus, destaca as principais consequências dermatológicas:

• Micoses: durante o verão é muito comum o aparecimento de micoses pelo corpo. Isso acontece devido ao calor e a transpiração, que propiciam a proliferação de fungos. A micose mais frequente é a Pitiriase Versicolor, conhecida popularmente com Pano Branco, que acomete pessoas que transpiram mais e/ou têm pele oleosa; 

• Manchas e queimaduras: além da insolação e queimaduras causadas pelo sol em excesso e sem proteção, o manuseio de frutas cítricas durante a exposição solar pode resultar em queimaduras, bolhas e manchas acastanhadas na pele, principalmente no dorso das mãos;

• Brotoeja: fator que acomete, principalmente, as crianças. Trata-se de lesões avermelhadas em áreas de dobras por obstrução da glândula que expele o suor;

• Bicho geográfico: condição causada pela larva migrans, que ao entrar na pele abre caminho e a deixa com rastros, como se fosse um “mapa”. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é decorrente do contato direto da pele com areia na qual estejam presentes larvas de parasitas do gênero Ancylostoma — previamente frequentados por cães e gatos infestados.

Além das condições que acometem a pele, o infectologista e gerente médico do Sérgio Franco, Alberto Chebabo, aponta que as doenças mais comuns do verão se dividem principalmente em doenças respiratórias, diarreicas e arboviroses.

• Doenças respiratórias: viroses de quadros leves, como os resfriados;

• Doenças diarreicas: causas virais ou exposição a alimentos mal conservados;

• Arboviroses: doenças transmitidas por mosquitos, como Dengue, Chikungunya e Zica são alguns exemplos de arboviroses transmitidas pelo Aedes Aegypt, comum nessa época do ano. Os sintomas são: dores no corpo, nos olhos, nas articulações e febre.

As crianças são as mais predispostas, pois não possuem atenção aos cuidados necessários para evitar as doenças. “No entanto, é importante ressaltar que os pequenos podem ser fonte de transmissão. É comum, por exemplo, ter surto de doenças respiratórias virais nas crianças e depois passar para os adultos. Acabam todos sendo expostos, mas os menores são o grupo de maior risco”, explica o infectologista.

Segundo o dermatologista José Roberto, todas as condições merecem atenção, especialmente as que podem causar maiores transtornos, como infecções e queimaduras graves, que podem ser consequências das infecções parasitarias e dermatite.

Ao notar qualquer sinal das condições listadas, é importante consultar um médico e iniciar o tratamento adequado, conforme a doença. 

Cuidado com a alimentação 

A alimentação também pode influenciar, visto que as altas temperaturas acelerem a deterioração dos alimentos, principalmente os mal conservados e vendidos em praias, que podem estragar sem apresentar alteração no gosto ou cheiro.

“Comidas vendidas em lugares expostos ao sol têm o risco maior de estragar e podem ocasionar doenças. O ideal é comer alimentos que estejam bem conservados. Industrializados, por exemplo, o risco de ter deterioração é menor”, esclarece Alberto Chebabo, que ainda indica evitar queijos e camarão, e recomenda beber bastante líquido, especialmente água e sucos naturais. 

Prevenção

O especialista ainda reforça que se o mar não estiver impróprio para banho, não tende a ser fonte de contaminação. O mesmo ocorre nas piscinas, já que o tratamento com cloro elimina os microrganismos. “O risco de transmissão de doenças nas piscinas é maior pela aglomeração das pessoas — neste caso com doenças respiratórias, não pela água”, afirma o infectologista.

Todas as condições podem ser evitadas, a partir dos bons hábitos, como boa alimentação, proteção solar adequada, higiene e entre outras ações simples. 

“Para as doenças respiratórias, a melhor prevenção é evitar locais muito aglomerados e contato com quem está doente com quadros respiratórios. O mesmo vale para a pessoa que já está doente: evitar sair de casa para não favorecer o risco de transmissão”, recomenda o médico.

Usar protetor solar, com fator mínimo de 30 FPS, e reaplicá-lo a cada duas horas e após sudorese ou entrar na água, é a principal proteção contra os raios solares. Também vale apostar em acessórios e objetos que auxiliem na prevenção, como óculos, bonés e camisetas com proteção UV.

“Ingerir líquidos constantemente e oferecê-los para as crianças durante a exposição solar é importante para manter a hidratação. A atenção deve ser redobrada se a pessoa for consumir bebida alcoólica. A desidratação é acelerada tanto pela exposição ao sol, quanto pelo álcool. Portanto, é importante intercalar com a bebida a ingestão de água”, finaliza o especialista.