Os neurocientistas afirmam que uma das características mais marcantes deste nosso símio cérebro é a busca de relações e associações entre formas, imagens, textos, comportamentos, etc.

“Reconhecimento de Padrões” é como chamam a esta característica cognitiva que temos, segundo eles, num grau muito mais avançado do que outras espécies.

Seria este fato, inclusive, responsável por termos nos transformado nos mais evoluídos habitantes do planeta, com a capacidade de transformar nosso habitat em milhares de asteróides com o simples apertar de um botão.

Há quem diga que golfinhos e chimpanzés são ainda mais inteligentes que nós, principalmente durante as eleições.

De qualquer forma, nossa busca por padrões é inquestionável.

Por exemplo, seu cérebro é capaz de identificar um círculo, mesmo que tenha sido desenhado por uma criança de três anos com uma linha tracejada.

Fantástico isso.

Não fosse assim, os institutos de pesquisa estariam morrendo à míngua com suas análises de tendências
e padrões.

E quanto mais nos aproximamos do dia da eleição, maior a frequência das pesquisas que são publicadas com o termômetro das ruas e análises de padrões de comportamento deste estranho ser: o eleitor.

Os resultados, no entanto, fazem pensar que os institutos de pesquisa poderiam empregar mais neurocientistas porque, ao menos no Brasil, os mistérios da mente são impenetráveis.

Um bom exemplo é uma das mais recentes pesquisas.

Nela, novamente Lula aparece como o mais forte candidato para o pleito de outubro.

Verdade que, imediatamente após o resultado publicado, especialistas se apressam em afirmar que os números não querem dizer nada, pois ainda falta muito para o pleito, o que levanta a dúvida da razão de fazerem as tais pesquisas com tamanha antecedência.

Como a neurociência moderna pode ajudar Ciro Gomes

Mas já que estão aí, vejamos o que podemos intuir do mais recente resultado.

Segundo a tal pesquisa, 70% dos eleitores já estão “totalmente decididos” em quem vão votar.

Mais que isso, o petista surge com 47% das intenções de votos no primeiro turno, enquanto Bolsonaro tem 28%
para desespero dele, dos filhos e de Ciro Gomes.

Os outros candidatos qualquer golfinho ou chimpanzé garante que, com apenas 2% ou menos já deveriam ter reconhecido que não têm chance nenhuma.

Mas o que chama atenção não é a performance do ex-presidente, que já vem sendo demonstrada há meses.

O que faz qualquer humano coçar a cabeça por incompreensão é a resiliência, para usar a palavra da moda, dos eleitores do atual presidente.

Porque esta enquete foi realizada no bojo de uma série de notícias que, qualquer cientista (político, no caso) afirmaria estabelecer um padrão desfavorável para Bolsonaro.

Sua demora em se posicionar na busca pelo jornalista inglês e o indigenista no Amazonas; sua conversa com o presidente americano, onde supostamente pediu a interferência dos Estados Unidos em nossa eleição ou mesmo a prisão de seu ex-ministro da Educação deveriam ser motivo suficiente para que o presidente atual caísse nas pesquisas.

Pois não é que o dito cujo subiu?

Subiu dentro da chamada “margem de erro”, que muitos acreditam ser próxima de 100%, mas subiu.

O resultado coloca em dúvida não só os mais sérios estudos acadêmicos, como a própria campanha de seus adversários, onde atacam constantemente o presidente atual por suas atitudes passadas e presentes.

O que nos leva, utilizando as mais modernas descobertas da neurociência à seguinte conclusão: se meter o pau em Bolsonaro só melhora sua situação, talvez fosse o caso dos marqueteiros políticos de Ciro Gomes mudarem de estratégia.

Quem sabe qual seria o resultado se Ciro passasse a elogiar a inteligência do atual presidente?

Talvez aproveitar para ressaltar a doçura e honestidade de Lula?

O virtual candidato da terceira via poderia, ainda, levantar os pontos positivos do governo atual, se encontrar algum.

É provável que com isso não melhore seus números.

Mas neurocientistas garantem que derrubaria os de seus adversários.