Muito antes da febre do streaming, havia uma produção inspirada na Máfia que fazia com que os fãs grudassem os olhos na TV aos domingos à noite. “Família Soprano” é uma espécie de “Beatles” das séries: estrelada pela gangue de Tony Soprano, ela é considerada por muitos a maior série de todos os tempos. Quando chegou ao fim, em 2007, deixou uma legião de órfãos. Esse sentimento será amenizado com a estréia na HBO Max de “The Many Saints of Newark”. Escrito pelo criador da trama, David Chase, o filme conta a infância e adolescência do mafioso de maior sucesso nas telas desde Michael Corleone. No papel do jovem Tony, ninguém menos que Michael Gandolfini, filho do ator James Gandolfini, morto em 2013 aos 51 anos. O charme de “Família Soprano” reside no fato de que eles não são um bando de poderosos chefões, como os Corleone. Não eram sequer uma das cinco grandes famílias de Nova York, mas de um ramo menos glamouroso, que dominava a região de Nova Jérsei. O filme amplia o enredo original e narra a briga por território entre os italianos e os negros. Além de Gandolfini, o elenco traz Alessandro Nivola, Vera Farmiga, John Magaro e Leslie Odom Jr. em uma bela produção de época, com muitas cenas de ação e caprichada direção de arte.

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O passado te condena

Dirigido por Alan Taylor, responsável por diversos episódios de “Família Soprano” (foto), o filme traz tantas referências à série que os fãs terão de assisti-lo diversas vezes para acompanhar todas elas. Além de mostrar o passado de Tony, a trama é narrada por seu sobrinho, Christopher Montisanti, e traz personagens queridos como Silvio e Pauie, além da irmã de Tony, Janice. O elenco tem ainda Ray Liotta, famoso pela atuação em outro lendário filme do gênero: “Bons Companheiros”, de Martin Scorsese.