Sergio Moro tem se destacado na corrida presidencial como o terceiro colocado na disputa, atrás apenas de Lula e Bolsonaro, com amplas possibilidades de galgar percentuais maiores. À ISTOÉ, o ex-juiz diz estar convencido de que vai crescer à medida que a campanha se intensificar e derrotará “o petismo e o bolsonarismo que tanto mal fazem ao País”. Por trás de sua candidatura, porém, há várias mulheres, mas duas são essenciais: Rosângela Moro, sua esposa, e Renata Abreu, presidente nacional do Podemos, partido ao qual se filiou em novembro. Renatinha tem o “caixa” do partido nas mãos (em 2022, o Podemos terá R$ 229 milhões para a campanha), e nada passa na movimentação de Moro sem que ela tome a decisão final, desde a compra de uma passagem à reserva do hotel.

Máquina

Renata tem dedicado tanto tempo à campanha que seu marido reclama do uso da residência do casal, até aos domingos, para reuniões. Ela, que acabou de ter um bebê e divide atenções entre a família e os constantes encontros para formular estratégias, afirma ter pesquisas indicando que Moro irá ao segundo turno: “O eleitor não quer a polarização”.

Esposa

A mulher do ex juiz, a advogada Rosângela Wolff Moro, 47, especialista em causas que envolvem doenças raras, está na retaguarda. Ajuda o marido no que pode. Faz até vídeos sobre os passos dele e os publica nas redes sociais. Graças a isso, a audiência de Moro explodiu: já são 3,3 milhões de seguidores só no Twitter (em novembro, eram 2,2 milhões).

Quem traiu Dilma?

NELSON ALMEIDA

No badalado jantar de Lula em uma churrascaria dos ricaços de São Paulo, no último dia 19, compareceram lideranças do PT e dos partidos de oposição a Bolsonaro, mas a ex-presidente Dilma Rousseff ficou de fora. Não foi convidada por Lula, que, no entanto, chamou vários membros da cúpula do MDB, que, em 2016, foram acusados de traidores pelos petistas. Renan Calheiros (MDB-AL) estava todo faceiro.

Retrato falado

“Nunca votei nulo, mas votar em Lula ou Bolsonaro é injustificável” (Crédito:Jorge Araujo)

O banqueiro João Amoêdo, cofundador do Novo, disse à “Folha” estar pessimista sobre o processo eleitoral que pode deixar de fora do segundo turno um dos candidatos da terceira via, ao contrário do que gostaria. Para ele, que levou uma rasteira da atual direção do Novo, impedindo-o de voltar à Executiva da legenda, tudo indica que a disputa pela presidência em 2022 ficará entre Lula e o atual presidente Jair Bolsonaro, o que o forçará a fazer algo que nunca praticou na vida: votar nulo.

No apagar das luzes

O Congresso Nacional, dominado pelo Centrão e em conluio com Bolsonaro, aproveitou o apagar das luzes da última votação do ano antes do recesso para aprovar o Orçamento de 2022, com ingredientes altamente deploráveis. A começar pelo fato de que os congressistas aprovaram uma proposta com a previsão de gastos de R$ 37,5 bilhões para emendas parlamentares, dos quais R$ 16,5 bilhões destinados às emendas de relator. Esses recursos abastecem o chamado “orçamento secreto”, que é manipulado apenas por apaniguados do presidente da Câmara, Arthur Lira, e que acabam sendo desviados para projetos pouco transparentes, como a compra de tratores superfaturados em 250%.

Rombo nas contas

Para bancar as emendas de relator, o Centrão vai tirar os recursos equivalentes dos gastos com as aposentadorias pagas pela Previdência. Mas os técnicos dizem que não há risco de o aposentado ficar sem receber, pois essas despesas obrigatórias serão cortadas de outros setores. O rombo será de R$ 79,3 bilhões.

O time de Doria

Divulgação

Preparando-se para dar o pontapé inicial na sua campanha para a disputa pela Presidência da República neste ano, o governador João Doria começa a montagem do time com o qual entrará em campo nos próximos dias. O tucano acaba de convidar o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, para ser o coordenador
da campanha. Bruno já vestiu a camisa.

Clima de união

Doria está convicto de que a presença do presidente nacional do partido no comando da campanha representará um grande passo para a vitória. “Bruno Araújo tem competência, conhecimento e seriedade para coordenar a vitoriosa jornada pela Presidência”, disse à ISTOÉ. Ele já havia convidado Eduardo Leite para elaborar os temas do plano de governo.

Nos passos de Juscelino

MATEUS BONOMI

Rodrigo Pacheco (PSD-MG) está esperando fevereiro chegar para lançar sua candidatura à Presidência da República. O líder nacional do seu partido, Gilberto Kassab, diz que o senador pode se inspirar em Juscelino Kubitschek, mineiro como ele, para se apresentar ao eleitor. O ex-presidente ficou conhecido por seu mote de campanha de realizar “50 anos em cinco”.

Rápidas

* Quem é o deputado André Janones (Avante- MG), 37, do baixo clero, que fez 2% nas pesquisas para presidente? Tem 8 milhões de seguidores no Fecebook, mais do que Lula, com 4,7 milhões. Ganhou fama com a greve dos caminhoneiros em 2018, se elegeu e nada fez na Câmara.

* O ex-líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, destinou emendas parlamentares no valor de R$ 330 milhões para a prefeitura de Petrolina, que, por coincidência, tem como prefeito seu filho, Miguel Coelho.

* O União Brasil (fusão do DEM com o PSL) terá a maior parte do fundão público para financiar as campanhas. Será quase R$ 1 bilhão: R$ 604,1 milhões para o PSL e R$ 341,8 milhões para o DEM. Bivar e Rueda esfregam as mãos.

* Bolsonaro não se emenda. Reduz dinheiro para Saúde e Educação, mas não deixa de destinar R$ 1,74 bilhão a mais em 2022 para conceder aumentos a 45 mil policiais federais. Relegados, auditores fiscais estão furiosos.