31/01/2023 - 17:06
Imaginem o desenho de um enorme condor com linhas perfeitamente proporcionais, feitas no meio de um dos desertos mais áridos do mundo, na planície costeira do sul do Peru. Tão enormes, que só podem ser vistas sobrevoando a área, pois possui um tamanho médio de 200 metros. Inexplicável Nazca. Cientistas não cansam de estudá-las e de trazer novas descobertas. Alguns foram criados inclusive no período 100 a.C. ou seja, muito antes de um humano pensar em levantar voo. Então, quem exatamente o antigo povo de Nazca estava tentando impressionar? É aí que reside o mistério dos mais de 1.100 geoglifos (todos gigantes) desenhados em todo o deserto.
Fotos Divulgação
Desde 1994 as linhas de Nazca foram designadas como Patrimônio Mundial da UNESCO, e em 2018 a Universidade de Yamagata no Japão juntamente com a IBM Research dos EUA firmaram um acordo acadêmico sobre as pesquisas das linhas de Nazca. A tecnologia de IA da IBM Research e a equipe da Yamagata estudam a distribuição dos geoglifos e aceleram a pesquisa para desvendar algum desses mistérios. No início deste ano, a Universidade declarou ter encontrado outros 143 novos desenhos com a tecnologia da IBM através de drones. Puderam entender também que todas as figuras foram criadas com a remoção das rochas negras que cobriam o terreno, expondo a areia embaixo.
Interessante, mas sobre o significado e o motivo da criação desses geóglifos em tamanha proporção, ainda não houveram conclusões científicas.
A visão pela janela do avião é mesmo impressionante. Para chegar até uma das áreas, são cerca de 15 minutos voando pelo o deserto. E mesmo nas alturas, é possível compreender que os desenhos são enormes e curiosamente muito proporcionais inclusive nos círculos e caracóis, sem falhas entre uma ponta e outra. Alguns estudiosos como a matemática alemã Maria Reiche, declara acreditar que as linhas tinham ligação com a astrologia, já que algumas figuras se assemelham a constelações. Segundo ela, a figura de um macaco, por exemplo, corresponderia à constelação da Ursa Maior. Além disso, poderia haver ligação com a agricultura e com o calendário de chuvas. Já para David Johnson, pesquisador americano, os geoglifos estariam relacionados à água. As linhas marcariam um fluxo de água subterrâneo e as figuras demarcariam poços e fontes, por exemplo.
Há ainda muitas teorias, como a de que os desenhos seriam, na verdade, uma grande escrita hieroglífica ou uma espécie de mapa. No entanto, a interpretação mais aceita recentemente é de que os símbolos seriam de cunho religioso e cultural. Assim, muito provavelmente as linhas eram caminhos a serem percorridos pelas pessoas em procissões religiosas em direção a locais sagrados. Dentre todas as teorias, só não se explica ainda o desenho de um astronauta entre os geoglifos encontrados. Claro, para o desenho há controvérsias. Me parece que o tema permanece ainda gerando grandes debates e fascinando multidões pelo mundo por um longo prazo.
