Em sua live semanal – idiotice criada por Jair Bolsonaro -, o presidente Lula deitou falação sobre tudo e todos, como sempre. E também, como de costume, falou de forma rasa, rasteira e distorcida, quando não rara, mentirosa, afinal, é da gênese deste senhor.

Ao defender a cobrança de Imposto de Renda sobre lucros, dividendos e heranças, afirmou que a classe mais pobre paga, proporcionalmente, mais impostos, o que é verdade: “o trabalhador recebe participação nos lucros e desconta o Imposto de Renda. O rico recebe salário como dividendo e como lucro e não paga. A gente não pode penalizar o trabalhador”.

Bem, o pai dos pobres se esqueceu de dizer que o “rico”, neste caso, o empresário, já pagou mais de 30% em impostos como Pessoa Jurídica. E se esqueceu também de dizer que, quando a empresa dá prejuízo, o trabalhador não é chamado para dividir a conta. Ou seja, misturou alhos com bugalhos, de forma proposital, para confundir, para exercer o tradicional populismo sobre luta de classes.

STF

Após a saraivada de críticas que seu amigo-advogado-ministro, Cristiano Zanin, recebeu de diversos setores da esquerda, inconformados com seus votos conservadores, a “alma mais honesta deff paíff” saiu em defesa do supremo togado: “se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como vota um ministro da Suprema Corte”.

E continuou: “aí cada um que perde fica com raiva. Então, para a gente não criar animosidade, eu acho que precisa começar a pensar se não é o jeito mudar o que tá acontecendo no Brasil, porque daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, não pode mais passear com a sua família, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele”.

Para quem afirma que “democracia é um troço relativo”, não surpreende que a transparência de atos públicos, ou votos de ministros da Suprema Corte, também seja um conceito relativo. Lula, como sabemos, historicamente é um crítico da imprensa livre, bem como jamais aceitou pacíficamente críticas sobre si e o PT. Portanto, nada mais coerente que varrer para debaixo do tapete aquilo que ele não quer publicizado.

BOLSONARO

Por fim, o Pai do Ronaldinho dos Negócios dissertou sobre Bolsonaro e ódio: “uma das coisas que mais quero é acabar com o ódio. Você pode não gostar de mim, não tem problema nenhum, eu não estou pedindo você em casamento. Eu só quero que você seja civilizado. Eu te respeito e você me respeita”. Bonitinho, né? Mas prosseguiu: “o Coisa, eu sempre falo, ele vai ser julgado como genocida. Porque não é brincadeira terem morrido 700 mil pessoas aqui, uma grande parte por falta de cuidado do governo, por falta de orientação, por falta de respeito com a medicina, a ciência”.

Em que pese estar correto sobre a atuação do Governo Federal durante a pandemia do novo coronavírus, notadamente a do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem costumo chamar Verdugo do Planalto, Devoto da Cloroquina e Maníaco do Tratamento Precoce, não me parece a maior demonstração de carinho, ou de não ódio, chamar o Amigão do Queiroz de “O Coisa”. Lula, dessa forma, reforça o bordão, “faça o que eu digo, não faça o que eu faço. É um tremendo cara de pau.