Embora todos prefiram esquecer os danos que Bolsonaro causou, poucos ainda lembram que ele mantinha uma live às quintas-feiras para destilar ódio e fake news, mas o tema veio à tona novamente pelo fato de o presidente ter decidido realizar um programa semanal muito semelhante nas redes sociais para prestar contas das ações de seu governo. De acordo com Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), da Presidência da República, Lula falará ao vivo com a população, possivelmente às terças-feiras, pela manhã. O esquema, segundo ele, ainda não está definido e será detalhado nos próximos dias, a partir do retorno do mandatário à China. A princípio, a sessão terá de 50 minutos a uma hora. Ao contrário do antecessor, o petista será propositivo.

Stuckinha

A live será produzida por Ricardo Stuckert, secretário de Audiovisual da Presidência e fotógrafo do petista desde 2003, em seu primeiro governo. Apesar dos detalhes básicos ainda não terem sido acertados, Pimenta diz que o canal será usado por Lula para um diálogo direto com o povo, como no caso da realização do balanço dos 100 dias de governo.

Cem dias

O ministro explica que após vencer a primeira etapa do novo governo, de pôr em funcionamento, nos primeiros cem dias, os programas que deram certo nas gestões anteriores do PT, agora Lula tem outros desafios pela frente, como aprovar o marco fiscal e a Reforma Tributária, melhorando as expectativas para a queda da inflação e dos juros.

“Abril vermelho”

Silvia Zamboni

A expressão acima é usada pelo MST para marcar o mês de abril e a luta pela reforma agrária, porque, no dia 17 de abril de 1996, a PM massacrou 21 sem-terra no Pará. Ocorre que, neste ano, o coordenador do movimento, João Pedro Stédile, lembrou da data na China, ao lado de Lula e Xi Jinping, para desespero do ministro Carlos Fávaro (Agricultura). Ele disse à ISTOÉ que a invasão de terras é “descabida e repudiante”.

Retrato falado

“O BC tem janela de oportunidade que espero seja aproveitada” (Crédito:TOMZÉ FONSECA)

Haddad tem sido voz dissonante dentro do governo quando se trata de pedir a cabeça de Roberto Campos Neto. Para ele, o presidente do BC tem que permanecer no cargo até o fim do seu mandato. Na sexta-feira, 14, o ministro disse que não espera a saída antecipada de Campos Neto, mas, sim, que conta com a baixa dos juros. “Quero crer que o BC tem uma janela de oportunidade, que eu espero seja aproveitada, para que o Brasil possa pensar em crescimento econômico sustentável.”

Sem aumento real

Em que pese o fato de o governo ainda não ter conseguido aprovar a nova âncora fiscal, e muito menos a Reforma Tributária, que poderiam colocar as contas públicas em ordem e fazer sobrar mais recursos para investimentos no social, o fato é que Lula está enviando o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) ao Congresso prevendo que o salário mínimo de 2024 será de apenas R$ 1.389, o que representa um reajuste de 5,2%, sem aumento real. Esse valor descumpre as promessas de campanha do PT, que prometeu elevar o mínimo sempre em valores acima da inflação. Hoje, o mínimo está em R$ 1.302 e Lula promete aumentá-lo para R$ 1.320 no dia 1º de maio.

Cobertor curto

Segundo a ministra Simone Tebet, não há dinheiro para fazer mais. Ela calcula que o governo só poderá alterar o quadro caso o Congresso aprove o novo arcabouço fiscal. De acordo com suas contas, o País tem R$ 172 bilhões em despesas em 2024 que não poderão ser pagas sem as novas regras fiscais.

Esticando a corda

Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem dito a senadores que não pretende pautar tão cedo a sabatina de Luiz Fernando Corrêa para a chefia da Agência Brasileira
de Inteligência (Abin). O emedebista promete esticar a corda até que o presidente Lula reveja a nomeação de

À la Alcolumbre

Ocorre que Moretti é ex-braço-direito do ex-ministro Anderson Torres e foi indicado pelo PT para o cargo de diretor-adjunto da agência. Nos corredores do Senado, o discurso é o de que Calheiros quer repetir o modus operandi de Davi Alcolumbre (União-AP), quando o presidente da CCJ travou por mais de três meses a sabatina de André Mendonça ao STF.

Do you speak English?

Marcos Oliveira

O presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, recorreu ao tapetão para permanecer no cargo. O ex-governador e ex-senador do Acre (PT) foi nomeado por Lula para o cargo na entidade que cuida da divulgação dos produtos brasileiros no exterior e que prevê fluência em inglês. Como não fala a língua, mudou o estatuto do órgão e eliminou a obrigatoriedade do inglês fluente.

Toma lá dá cá

Edson Aparecido, secretário de Governo do prefeito Ricardo Nunes (SP) (Crédito:Divulgação)

Ricardo Nunes já trabalha para ampliar o arco de alianças para a reeleição?
O prefeito tem um leque alianças com dez partidos, que o ajudam a realizar uma administração exitosa, com R$ 21 bilhões de investimentos em áreas estratégicas.

O governador Tarcísio apoiará sua reeleição?
A relação dos dois é excelente e nasceu com o apoio do prefeito ao governador no segundo turno das eleições estaduais. Tarcísio tem sido muito solidário ao prefeito.

O que a prefeitura fará para recuperar a malha asfáltica, alvo de reclamações dos moradores?
O Tribunal de Contas acaba de liberar mais uma licitação de R$ 4 bilhões para operações de recapeamento das vias principais e tapa-buracos em toda a cidade.

Rápidas

* O PSD negocia o ingresso da senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) em suas fileiras. O problema é que o partido de Gilberto Kassab já tem outro senador no estado, Nelsinho Trad, e dificilmente os dois conviveriam no mesmo barco. O PSD tem 16 cadeiras no Senado.

* As recentes cenas de baixaria protagonizadas por deputados têm irritado Arthur Lira. Ele ameaça acelerar a instalação do Conselho de Ética, que será presidido por Leur Lomanto Júnior, e prepara um pacote de sanções.

* Deltan Dallagnol montou um gabinete para fiscalizar ações do governo Lula. O grupo contará com as participações de Alfredo Gaspar (União-AL), Adriana Ventura (Novo-SP) e Rosangela Moro (União-PR). Sergio Moro pulou fora.

* O ministro Alexandre de Moraes deu dez dias (até dia 25) para a PF ouvir o ex-presidente Bolsonaro sobre os ataques de 8 de janeiro. Depois, será a vez do general Heleno. Outros militares do GSI também já depuseram.