As estranhas ideias dos deputados chineses

As estranhas ideias dos deputados chineses

A muito austera sessão anual do Parlamento chinês às vezes dá origem a projetos de lei inesperados sobre questões como amor, virilidade ou hackers, e embora a maioria não prospere, alguns se tornam lei.

Estas são algumas das propostas mais comentadas nas redes sociais durante as sessões paralelas da Assembleia Nacional Popular (ANP) e do órgão consultivo que a acompanha (CCPP), que se encerram esta semana.

– Cursos de amor na universidade –

Com a explosão dos divórcios e a queda dos casamentos, alguns parlamentares acreditam que é chegado o momento de dar aos alunos cursos de “amor e vida conjugal”.

“Os jovens não têm ideia de como é enfrentar uma crise emocional ou problemas sexuais”, disse Yu Xinwei, que propôs o projeto de lei.

– Ioga para meninas, futebol para meninos –

A imagem dos jovens chineses propagada pela moda ou pela música carece de virilidade, segundo alguns, como Xiong Sidong, que quer incentivá-los a jogar futebol ou basquete “para valorizar seu lado masculino”.

Os meninos de hoje são muito “medrosos, calados e passivos”, diz ele.

Por outro lado, ele pede às meninas que “pratiquem ginástica rítmica, ioga ou outros exercícios bons para a flexibilidade”.

Essa separação dos sexos vai promover o “desenvolvimento natural e saudável” de meninas e meninos, argumenta ele, em uma proposta ridicularizada pelos internautas.

– Piratas ou heróis nacionais? –

O Estado deve reconhecer o “talento” dos hackers para que sejam éticos e realizem tarefas úteis para a sociedade, como a segurança dos sistemas, sugere Zhou Hongyi, fundador da Qihoo 360, uma empresa de segurança informática.

Esse membro do corpo consultivo pediu esforços para reforçar “sua lealdade à nação”.

Os serviços de segurança cibernética ocidentais costumam incriminar os hackers chineses em ataques cibernéticos.

– Ensino de inglês –

As crianças chinesas aprendem inglês desde o ensino fundamental até a adolescência, mas um deputado, Xu Jin, considera isso uma perda de tempo devido aos avanços nos programas de tradução.

“Os alunos passam 10% do tempo aprendendo inglês, mas isso só funciona para uma minoria”, argumenta ele, e recomenda gastar menos tempo com a linguagem de Shakespeare e mais com chinês e matemática.

Na internet, muitos denunciaram uma proposta considerada populista.