BRASIL MELHOR Caco Alzugaray, presidente executivo da Editora Três, retratado à direita, e à esquerda, ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do governador João Doria (Crédito:Marco Ankosqui e Claudio Gatti)

“O Brasil que quer voltar a crescer está representado aqui nesta noite, com vencedores que souberam apostar nos seus sonhos, ideias e negócios, encontrando um caminho de como retomar o crescimento”. Foi assim que o presidente executivo da Editora Três, Caco Alzugaray, congratulou os empresários brasileiros que seguem acreditando no País – aqueles que não desistem diante das adversidades e por isso mesmo estão colhendo os resultados dessa crença. O discurso abriu a cerimônia de premiação “As Melhores da Dinheiro 2019”, na noite da segunda-feira 30, em São Paulo. O evento reuniu lideranças empresariais e autoridades que compartilham o mesmo propósito: fazer do Brasil um País melhor, mais justo e próspero. “Depois das disputas eleitorais, ansiávamos pela pacificação, pelo entendimento em prol do bem comum. Porém, a pacificação ainda não veio, porque o núcleo do poder executivo teima em manter o País em constante estado de beligerância”, afirmou Alzugaray, para em seguida lembrar: “O Brasil dos brasileiros que acordam todos os dias para lutar pelo desenvolvimento do País é maior que eles”.

O tom assertivo das palavras ditas por Alzugaray mereceu um comentário do governador de São Paulo, João Doria, que, em seu discurso minutos depois, reforçou a importância de se produzir um jornalismo crítico e independente, como preconiza a tradição dos títulos da Editora Três, entre eles ISTOÉ e IstoÉ DINHEIRO. Antes que Doria subisse ao palco para discursar, coube ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, falar. “Nos últimos 30 anos, fizemos um estado que trabalhou para poucos brasileiros”, disse Maia, referindo-se a distorções salariais entre os setores público e privado, citando números sobre o custo dessas discrepâncias para a população que paga impostos. “Construímos um orçamento que não atende à vida das pessoas. Nosso desafio é reformar o estado. A Previdência é o sistema muito desigual e o mesmo acontece com o sistema tributário.”

“Vamos exterminar as estatais”

Depois, foi a vez do Secretário Especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar. Ele comparou a carga tributária brasileira à de países de primeiro mundo e reafirmou sua convicção de que apenas um estado menor poderá permitir um sistema voltado aos investimentos. “Ao longo de minha vida empresarial aprendi que meu maior concorrente era o governo.” Para Mattar, reduzir o tamanho do estado “oneroso, lento, gigantesco, obeso, que inferniza a vida do empresário”, foi o que o moveu para o governo Bolsonaro.

DESAFIOS O secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles (esq.), é recepcionado por Carlos José Marques, diretor editorial da Três (à dir.), a quem fala sobre o futuro da economia (Crédito:Marcos Alves)

A agenda de privatizações deu o mote à fala de Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo. Para ele, “o Brasil avança e já aprovou diversas reformas fundamentais, como a trabalhista e a de mercado de crédito.” Mas ainda restam três desafios: a reforma da Previdência dos estados e municípios e as reformas tributária e administrativa.

As privatizações pautaram o discurso de Doria, “Não devemos ter medo de privatizar”, afirmou. “Em São Paulo, já estatizamos sete empresas este ano. Vamos exterminar as estatais”, disse. No campo político, Doria elogiou Rodrigo Maia: “Devemos muito a ele, que conduziu a reforma da Previdência e devolveu ao Congresso o protagonismo na política”.

A disposição de encontrar saídas criativas para os momentos difíceis marcou as vencedoras do prêmio As Melhores da Dinheiro 2019. Para chegar às campeãs de 22 setores da atividade econômica, houve um cruzamento de dados fornecidos pelas próprias empresas e também pela Standard & Poor’s Global Market Intelligece e pela Economatica (parceiras da premiação). A grande vencedora foi a Cervejaria Ambev, que registrou em 2018 um crescimento de 7% na receita líquida, superando os R$ 50 bilhões.