“Yes, nós temos banana”, já dizia Carmem Miranda, embalada pela famosa canção de Braguinha. Bolsonaro que o diga. Ao longo da semana, recorreu à fruta em duas ocasiões para reafirmar sua autoridade – para não dizer autoritarismo. “Se for para ser um banana, um poste. Estou fora”, disse ele, ao justificar possível interferência na Polícia Federal. Em março, a banana já havia ganhado os holofotes a partir da decisão do presidente de suspender a importação do Equador.

Apesar de tropical, a banana não é genuinamente nacional, como a nossa jabuticaba. Na Ásia é cultivada há mais de quatro mil anos. Desembarcou na Europa levada pelos romanos. Ganhou capilaridade com a expansão do Islã e aportou na África, de onde, aí sim, veio para o Brasil, trazida pelos portugueses. Hoje somos um dos maiores produtores mundiais e exportadores para os EUA – daí o sucesso do filme estrelado por Carmem Miranda: “Banana, menina, tem vitamina. Banana engorda e faz crescer”. Faz. Mas com tantos desmandos do nosso presidente, o perigo é viramos uma Republiqueta de bananas.